G1
Publicada em 30/09/2024 às 15h22
O jornal "The New York Times" e a revista "The New Yorker" declararam apoio à candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, em editoriais publicados no domingo (29) e nesta segunda-feira (30). As duas publicações possuem grande importância e influência nos Estados Unidos.
A imprensa norte-americana tem o costume de publicar editoriais declarando apoio a candidatos nas eleições presidenciais. Tanto o New York Times quanto a New Yorker têm um histórico de apoio aos democratas.
Com o título "A Única Escolha Patriótica para Presidente", o The New York Times abre o editorial afirmando que é "difícil imaginar um candidato que menos merece ser presidente dos Estados Unidos do que Donald Trump".
"Ele provou ser moralmente inapto para um cargo que pede a seu ocupante que coloque o bem da nação acima do interesse próprio. Ele provou ser temperamentalmente inapto para um papel que requer as mesmas qualidades — sabedoria, honestidade, empatia, coragem, contenção, humildade, disciplina — que ele mais carece", afirma o texto.
O jornal elencou ainda acusações criminais enfrentadas por Trump, além da idade avançada e a falta de interesse na política do republicano. Por este motivo, o The New York Times acredita que a única opção disponível seria Kamala.
"Como uma dedicada servidora pública que demonstrou cuidado, competência e um compromisso inabalável com a Constituição, a Sra. Harris está sozinha nesta corrida", diz o editorial.
"Ela pode não ser a candidata perfeita para todos os eleitores, especialmente aqueles que estão frustrados e irritados com as falhas do nosso governo em consertar o que está quebrado — do nosso sistema de imigração às escolas públicas, aos custos de moradia e à violência armada."
Kamala também não foi poupada de críticas no editorial. O jornal afirma que a atual vice-presidente precisa explicar melhor seu plano de governo aos eleitores, em vez de apenas se apresentar como a única alternativa viável ao risco que Trump representa à democracia.
'New Yorker'
Para a revista "The New Yorker", Kamala demonstrou "os valores básicos e a habilidade política que a possibilitam encerrar de uma vez por todas a era venenosa" de Donald Trump.
O editorial da revista faz uma comparação com o que os Estados Unidos viviam na década de 1940, com o fascismo ganhando força no exterior.
Para a New Yorker, o país vive um novo momento de crise nacional. Só que, desta vez, a "ameaça" reside na "costa da Flórida", em uma referência a Trump.
"Como presidente, ele amplificou algumas das correntes mais feias em nossa cultura política: nativismo, racismo, misoginia, indiferença aos desfavorecidos, isolacionismo amoral. Seu narcisismo e crueldade casual, seu desprezo pela verdade, contaminaram a vida pública", diz.
A revista também relembrou o desempenho desastroso de Joe Biden no debate do dia 27 de junho deste ano, que acabou resultado em pressões para a desistência da campanha à reeleição do atual presidente.
Segundo o editorial, Kamala tem o potencial de desenvolver políticas públicas que deram certo no governo de Biden, além de poder ter uma gestão com "muito mais sanidade e humanidade" do que Trump.
"Harris merece enorme crédito por assumir destemidamente o papel que o destino lhe reservou. Diante de um oponente maligno, ela se comportou com equilíbrio, convicção e inteligência."
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