Larina Rosa
Publicada em 03/10/2024 às 10h00
Porto Velho, RO – Assistir o horário eleitoral e os debates dos candidatos a vereadores e prefeito me faz pensar que estamos evoluindo, mas ainda em passos lentos. No geral as propostas foram rasas e os ataques contra os concorrentes candidatos se sobressaíram. Difícil porque presenciamos discursos vazios, sem propostas concretas, principalmente da representatividade feminina em cargos públicos.
Sabemos que as candidaturas delas são necessárias para diminuir barreiras históricas que nós mulheres ainda enfrentamos. Mas infelizmente a participação feminina mínima na política não garante a defesa em prol delas.
A lei de cotas para elas na política ajudou a aumentar o número de candidaturas, porém para atingir o exigido de 30% foram necessários 20 anos. Os partidos também não elevam essa taxa e nem distribuem o dinheiro da campanha igualmente entre as candidatas e quem tem menor capital político fica de fora da visibilidade da população. Candidaturas sem apoios financeiros tem nome, “laranjas” e algumas até são lançadas sem ter conhecimento.
Nós mulheres, somos metade da população e esses números não são proporcionais aos cargos de poder. Não podemos mais aceitar esse papel de coadjuvantes. Só garantir que as mulheres tenham participação obrigatória nas candidaturas não é o suficiente. É preciso punir os partidos que descumprem a lei e não incluem mulheres da forma adequada na política. Também é necessário realizar ações educativas de política entre as mulheres para incentivar novas candidaturas.
Como Claudia Sheinbaum, a primeira mulher Presidente do México destacou em seu discurso: “Durante muito tempo, as mulheres fomos anuladas, nos contaram desde que éramos crianças uma versão da história que buscou nos fazer acreditar que os avanços da humanidade eram protagonizados por homens. Mas, pouco a pouco, essa visão se reverteu. É presidenta, com a no final, como advogada, científica, soldada, bombeira, professora, engenheira. Porque, como nos ensinaram, apenas o que é dito existe”.
Estamos em passos lentos mas estamos nos movimentando. A campanha para eleição deste ano termina hoje e no próximo domingo (06) de outubro, é dia de ir às urnas confirmar nossa expressão de cidadania e afirmar que não existe democracia sem a participação feminina.
Espero que consigam fazer sua escolha e que não votem em mulheres apenas pelo gênero. Votem em mulheres pelas propostas que elas apoiam e pelo o que elas vão lutar no poder. Votem nelas porque as nossas vidas correm perigo. Votem em mulheres que se concentram no progresso da sociedade e não pelas expectativas de gênero. Não só porque elas têm direito, mas porque elas têm capacidade de liderar e são representantes de metade da população brasileira. Por mim e por você.
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