Herbert Lins
Publicada em 07/10/2024 às 10h18
O segundo turno nas eleições permite um debate político mais profundo entre candidatos
O pleito eleitoral em duas etapas, ou segundo turno, é uma característica comum em muitos sistemas políticos ao redor do mundo, especialmente em democracias representativas como a brasileira. O segundo turno das eleições contribui para uma governança mais legítima e uma governamentalidade participativa e equilibrada. Além disso, garante a legitimidade do vencedor, o incentivo a um debate político mais profundo entre os candidatos em relação aos problemas e apontamentos de soluções em escala local, estadual e nacional. Neste caso, apresentar ao eleitor o "como fazer"? Por sua vez, permite a escolha mais consciente por parte dos eleitores, a inclusão de minorias e o fenômeno da prevenção de vitórias por margens estreitas e o aumento da abstenção ou participação eleitoral. O segundo turno assegura que o candidato majoritário – prefeito, governador e presidente da República – seja eleito com mais de 50% do apoio dos eleitores, conferindo ao mandato uma legitimidade que nem sempre é alcançada em sistemas de turno único. Desde a constituição de 1988, o Brasil adotou o sistema eleitoral de dois turnos para eleições majoritárias, assegurando que candidatos eleitos tenham o respaldo mais amplo da maioria dos eleitores e sugere uma maior aceitação do resultado eleitoral.
Clareza
O segundo turno possibilita uma discussão política mais profunda entre os candidatos envolvidos na disputa. Neste caso, durante o segundo turno, os candidatos são incentivados a explicar suas propostas com mais clareza e a abordar questões importantes com maior profundidade.
Escolha
A apresentação de propostas e soluções na propaganda eleitoral, reuniões, entrevistas, sabatinas, bem como o confronto direto entre os candidatos nos debates no segundo turno, contribui para um eleitorado mais bem informado e uma escolha mais consciente.
Surpreende
O PSD de Gilberto Kassab surpreendeu a todos os analistas políticos e assume o ranking dos partidos com maior número de prefeituras espalhadas pelo Brasil. O partido obteve 882 prefeituras e desbancou o MDB, que conquistou 856 prefeituras e a segunda posição no ranking.
Cresceram
Os partidos de direita e centro-direita que mais cresceram nas urnas nas eleições municipais foram: PP (748 prefeituras); União Brasil (585 prefeituras); Republicanos (436 prefeituras). Já a extrema-direita, alojada no PL, conquistou 512 prefeituras.
Esquerda
Entre os partidos de esquerda que mais ganharam prefeituras, foram: PSB (312) e o PT (248). Já os partidos de centro-esquerda: PSDB (273 prefeituras) e PDT (149 prefeituras), foram as legendas que derreteram nas eleições municipais.
Cresceu
O partido Avente entre os nanicos, foi o partido que mais cresceu em número de prefeituras (135) e vai para o segundo turno em Manaus com o prefeito David Almeida (Avante) que busca a reeleição.
Derreteram
Os partidos que derreteram nas eleições municipais foram: Podemos (124 prefeituras); PRD (77 prefeituras); Solidariedade (63 prefeituras); Cidadania (33 prefeituras); PCdoB (19 prefeituras); PV (14 prefeituras); Rede (4 prefeituras); PSOL (zerou).
Nanicas
Já as legendas nanicas se saíram bem nas urnas: Mobiliza (21 prefeituras); Novo (18 prefeituras); Agir (3 prefeituras); PMB e DC (2 prefeituras); PRTB (1 prefeitura)
Frear
O primeiro turno das eleições municipais trouxe um resultado ambíguo para o PT, partido do presidente Lula. Por mais que tenha crescido o número de prefeituras, o petismo não conseguiu frear o crescimento da direita e da extrema-direita no país.
Força
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), demonstrou força política no primeiro turno destas eleições municipais, embora o resultado geral das eleições para o PL esteja bem abaixo das 1,5 mil prefeituras estabelecidas como meta pelo presidente nacional da legenda, Valdemar da Costa Neto.
Resultado
O resultado do primeiro turno pela prefeitura de Porto Velho deu uma grande vantagem já no primeiro turno à candidata a prefeita Mariana Carvalho (União Brasil), que obteve 111.329 votos (44,53% dos votos válidos). A segunda colocação ficou com Léo Moraes (Podemos), que conquistou 64.125 votos (25,65% dos votos válidos). Ambos disputarão o segundo turno.
Crescimento
A grande novidade da eleição foi o candidato a prefeito Célio Lopes (PDT), que obteve 29.358 votos (11,74% dos votos válidos). Contudo, pesquisas de consumo interno indicavam um crescimento exponencial do candidato, mas na reta final chegou ao seu teto, estacionou e não ultrapassou o candidato Léo Moraes (Podemos), amargando um terceiro lugar.
Outsider
A grande derrotada da eleição foi a candidata a prefeita outsider, Euma Tourinho (MDB), que obteve 24.481 votos (9,79% dos votos válidos). Ela, que é juíza aposentada, pautou-se por uma campanha eleitoral disruptiva que fez perder para ela mesma e sair da eleição conhecida como a “dama da arrogância”. Falta de aviso não foi em relação à diferença existente entre os marqueteiros com olhar de colonizador e o colono.
Conquistar I
Quem saiu vitorioso nas urnas foi o candidato a prefeito Dr. Benedito Alves (Solidariedade), que obteve 12.972 votos (5,19% dos votos válidos) e poderá conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa nas eleições de 2026.
Conquistar II
Já os candidatos Ricardo Frota (NOVO): 4.389 votos (1,76% dos votos válidos) e Samuel Costa (REDE): 3.359 votos (1,34% dos votos válidos), saíram nanicos da eleição e deverão esperar as próximas eleições municipais para conquistar uma cadeira de vereador na CMPV.
Pesquisas I
O resultado do 1º turno em Porto Velho nas eleições de 2024 contrariou todas as pesquisas de intenção de votos dos grandes institutos que previam a vitória da candidata prefeita Mariana Carvalho (União Brasil) já no primeiro turno. Neste caso, nenhum instituto acertou.
Pesquisas II
Os institutos de opiniões locais acertaram quando divulgaram pesquisas prevendo segundo turno entre a candidata a prefeita Mariana Carvalho (União Brasil) e Léo Moraes (Podemos) na disputa pelo Prédio do Relógio.
Previsões
Dentro das nossas previsões, quem seria o mais votado nas eleições para vereador em Porto Velho seria o vereador Júnior Queiroz (Republicanos) ou Alex Palitot (PRD), mas o improvável aconteceu, o vereador Marcio Pacele (Republicanos) ficou em primeiro no ranking com 4.692 votos, seguido de Ellis Regina (União Brasil): 4.034 votos e Dr. Junior Queiroz (Republicanos): 3.954 votos.
Improvável
Falando em improvável, foi o derretimento nas urnas do vereador Alex Palitot (PRD) que obteve 2.117 votos e perdeu para o neófito Devanildo Santana (PRD) que obteve 2.765 votos. O que explica a derrota de Alex Palitot? As candidaturas do professor Giovanni Marini (Rede): 2.046 votos; Neidinha Suruí (Rede): 1.358 votos; professor Célio Leandro (PRTB): 1.043 votos. Inclusive alertei o candidato para colocar no seu radar a candidatura do Professor Marini por pertencer ao mesmo segmento eleitoral.
Acertei
Acertei quando escrevi na coluna de sábado (05) que dentre os pastores candidatos a vereadores mais votados em Porto Velho seria o Pastor Evanildo Ferreira (PRTB), pai do deputado estadual Marcelo Cruz (PRTB). Ele obteve 2.963 votos, resultado de uma linda história de vida, do seu desprendimento em aprender, serviço prestado à cidade de Porto Velho e uma campanha eleitoral bem planejada e organizada.
Acertamos
Falando em acertar, acertamos no apontamento da vitória de Dr. Gilber (PL): 3.667 votos; Fernando Silva (Republicanos): 3.634 votos; Dr. Macário (União): 3.511 votos; Thiago Tezarri (PSDB): 3.493 votos; Sofia Andrade (PL): 3.359 votos; Gedeão Negreiros: 3.325 votos; Nilton Souza (PSDB): 2.955 votos; Zé Paroca (Avante): 2.825 votos; Everaldo Fogaça (PSD): 2.811 votos; Pastor Bruno Luciano (PL): 2.523 votos; Dr. Breno Mendes (Avante): 2.276 votos; Jeovane Ibiza (Agir): 2.235 votos; Pedro Geovar (PP): 2.009 votos.
Radar
Saiu fora do nosso radar: Adalto Bandeirantes (Republicanos): 3.303 votos; Edimilson Dourado (União): 3.051 votos; Wanoel Martins (PSD): 2.925 votos; Marcos Combate (Agir): 2.829 votos; Adriano Gomes (PRTB): 2.447 votos.
Sério
Falando sério, o bom candidato não é aquele que fala difícil, que usa as palavras mais rebuscadas de um dicionário. É aquele que é capaz de ser compreendido pelas pessoas para quem ele fala.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2024/10/segundo-turno-aprofunda-debate-pt-nao-freia-extrema-direita-e-euma-perde-para-ela-mesma,201264.shtml