G1
Publicada em 08/10/2024 às 10h30
Os Estados Unidos impuseram sanções a uma rede internacional de arrecadação de fundos do Hamas, acusando-a de desempenhar um papel crítico na arrecadação de fundos externos para o grupo militante palestino, em uma ação que marca o primeiro aniversário da guerra de Gaza, nesta segunda-feira (7).
O Departamento do Tesouro dos EUA disse em um comunicado que impôs sanções a três pessoas e ao que chamou de "organização de caridade falsa", acusados de serem importantes apoiadores financeiros internacionais do Hamas, bem como ao Banco Al-Intaj em Gaza, que disse ser controlado pelo grupo.
Também foram alvos um antigo apoiador do Hamas, um cidadão iemenita que vive na Turquia e nove de seus negócios, disse o Tesouro.
"Ao marcarmos um ano do brutal ataque terrorista do Hamas, o Tesouro continuará implacavelmente degradando a capacidade do Hamas e de outros representantes iranianos desestabilizadores de financiar suas operações e realizar atos violentos adicionais. O Departamento do Tesouro usará todas as ferramentas disponíveis para responsabilizar o Hamas e seus facilitadores, incluindo aqueles que buscam explorar a situação para garantir fontes adicionais de receita", disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen, no comunicado.
um membro do Hamas baseado na Itália que, segundo o Tesouro, criou a falsa Associação de Caridade de Solidariedade com o Povo Palestino, acusada de ajudar a financiar o braço militar do Hamas
O Tesouro ainda disse que o Hamas considera a Europa uma fonte essencial de arrecadação de fundos e que, no início deste ano, o grupo pode ter recebido até US$ 10 milhões por mês por meio dessas doações.
"O Hamas explorou o sofrimento em Gaza para solicitar fundos por meio de instituições de caridade falsas e de fachada que falsamente alegam ajudar civis em Gaza", acusou.
O conflito entre Israel e os grupos extremistas Hezbollah e Hamas continua intenso nesta segunda-feira (7), data que marca um ano do início da guerra na Faixa de Gaza.
Israel intensificou sua ofensiva aérea e terrestre em Gaza com mais ataques contra militantes do Hamas e postos de comando.
Segundo moradores, tanques israelenses avançaram para Jabalia, o maior dos oito campos de refugiados urbanos históricos da Faixa de Gaza, após cercá-lo, e, logo após uma saraivada de foguetes em um ataque aéreo, militares expandiram as ordens de evacuação para áreas nas cidades do norte de Beit Hanoun e Beit Lahiya.
Médicos afirmam que 52 palestinos morreram nos ataques desta segunda. O Exército israelense diz que matou dezenas de militantes e desmantelou a infraestrutura militar em Jabalia, e que a operação continuaria a impedir que o Hamas se reagrupasse.
Palestinos sentam-se ao lado dos escombros de casas destruídas em ofensiva militar de Israel — Foto: REUTERS/Mohammed Salem
Um menino palestino de 12 anos foi morto em confrontos entre jovens e soldados israelenses na Cisjordânia ocupada, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.
Por sua vez, o Hamas atingiu a capital comercial de Israel, Tel Aviv, com uma salva de mísseis, disparando sirenes no centro de Israel . O ataque foi confirmado pelas Forças de Defesa israelenses, que afirma ter destruído o lançador de onde os projéteis foram disparados. Duas pessoas ficaram levemente feridas, de acordo com o serviço de ambulâncias de Israel .
Haifa, a terceira maior cidade de Israel, também foi atingida por foguetes do Hezbollah pela manhã. O alvo, segundo o grupo, era uma base militar.
A polícia israelense confirmou que foguetes atingiram Haifa, também um grande porto, e a mídia local disse que 10 pessoas ficaram feridas lá.
Outros 15 foguetes foram disparados para o interior de Tiberíades, na região norte da Galileia, em Israel - alguns foram abatidos. A polícia disse que alguns prédios e propriedades foram danificados, e houve relatos de ferimentos leves, com algumas pessoas levadas para um hospital próximo.
Israel também interceptou dois drones nas áreas centrais de Rishon Lezion e Palmachim, de acordo com militares.
Às 11h46, horário de Brasília, sirenes foram acionadas na região central do país para alertar para um míssil vindo do Iêmen, que foi interceptado com sucesso.
A mídia iraniana, no entanto, diz que os mísseis lançados pelos houthis - rebeldes aliados do Hamas e do Hezbollah, que já fizeram outros ataques contra Israel - geraram várias explosões nos arredores de Israel, mas que não há relatos de danos ou vítimas.
Grande nuvem de fumaça após bombardeio de Israel em Tiro, sul do Líbano — Foto: REUTERS/Aziz Taher
No Líbano, as tropas israelenses também seguem sua ofensiva terrestre na fronteira e os ataques aéreos a várias cidades do sul.
A morte de um sargento, Aviv Magen, de 43 anos, durante confronto, foi oficialmente anunciada por Israel. Em comunicado, o Hezbollah afirmou que havia atacado "forças inimigas israelenses, em Beit Hillel, com uma salva de foguetes".
Os subúrbios do sul de Beirute foram novamente atingidos durante a noite e nesta manhã. Em comunicado, às 10h do horário de Brasília, as Forças de Defesa de Israel confirmaram um bombardeio na área de Dahieh, que, de acordo com elas, seria um reduto terrorista chave do Hezbollah.
O Ministério da Saúde do Líbano informou que um número inicial de 10 bombeiros foram mortos em um ataque israelense a um prédio municipal na cidade de Bint Jbeil, no sul do Líbano. No total, até agora, são 22 mortos nesta segunda.
Os ataques aéreos de Israel já deslocaram 1,2 milhão de pessoas no Líbano e, à medida que a campanha de bombardeios se intensifica, muitos temem que o Líbano enfrente a vasta escala de destruição causada em Gaza pelos ataques aéreos e terrestres de Israel .
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