Rondoniadinamica
Publicada em 15/10/2024 às 15h31
Porto Velho, RO – Samuel Costa, candidato da Rede Sustentabilidade nas eleições municipais de 2024 em Porto Velho, publicou nas redes sociais uma carta aberta aos eleitores, especialmente direcionada ao campo progressista. Após o resultado que o deixou fora da Prefeitura de Porto Velho, Costa aproveitou a oportunidade para fazer uma reflexão crítica sobre as táticas adotadas pelo grupo progressista na capital rondoniense desde 2012, avaliando os erros e sugerindo novas estratégias.
Em seu manifesto, Costa destacou a necessidade de adaptação e pragmatismo por parte das forças progressistas para atender aos anseios populares. “A derrota do campo progressista em Porto Velho nas eleições de 2024 exige reflexão. Desde 2012, insistimos em táticas ineficazes. Precisamos nos adaptar, ser pragmáticos e nos reconectar com os anseios populares”, afirmou.
Durante a campanha eleitoral, o candidato da Rede ressaltou que buscou estabelecer um diálogo aberto com a população, mas, segundo ele, houve a interferência de "forças ocultas" que impuseram suas vontades sobre a militância progressista. Em suas palavras: “Forças ocultas impuseram suas vontades, ignorando a militância”. Costa enfatizou que, mesmo com a adversidade, a aliança entre a Rede e o PSOL conseguiu formar a nominata mais competitiva dentro do campo progressista.
O candidato destacou ainda que, apesar do resultado, a Rede/PSOL foi responsável por alcançar a maior votação entre as siglas progressistas. Entretanto, ele ressaltou que a falta de representatividade no Legislativo é reflexo de um afastamento das lideranças partidárias em relação à população. “Como previsto, sem não elegesse vereador(a) para a CMPV, nenhum outro partido ou federação progressista faria”, afirmou, ao analisar o cenário político da cidade para o período de 2025 a 2028.
Costa criticou ainda o investimento financeiro em uma candidatura que, em sua visão, estava desconectada dos ideais progressistas, o que contribuiu para a derrota nas urnas. Ele também afirmou que ignorar o legado de Lula e os avanços para as classes trabalhadoras foi um erro estratégico. “Gastaram-se milhões em uma candidatura desconectada dos ideais progressistas, resultando em derrota e falta de representatividade na Câmara Municipal para 2025/2028, reflexo da desconexão das lideranças partidárias com a população”, explicou.
Em sua carta, Samuel Costa também fez referência aos boicotes sofridos durante a campanha, mas pontuou que, mesmo diante dessas dificuldades, a Rede/PSOL apresentou candidaturas que tiveram boas votações. Ele acredita que isso demonstra que ainda há espaço para uma política mais conectada com as bases populares. “Mesmo com boicotes, a Rede/PSOL teve duas candidaturas bem votadas, provando que há espaço para uma política mais alinhada com as bases, apesar da sabotagem do establishment”, disse.
Ao encerrar sua mensagem, Costa reforçou a importância de reconhecer os erros cometidos, abandonando estratégias que já não trazem resultados. Segundo ele, é fundamental construir um novo projeto, partindo das bases populares, para que o campo progressista não perca relevância na capital de Rondônia. “Precisamos reconhecer nossos erros, abandonar estratégias ultrapassadas e construir um projeto popular, de baixo para cima, para não nos tornarmos irrelevantes em Porto Velho”, finalizou.
O candidato concluiu sua carta com um agradecimento aos eleitores que confiaram na chapa formada pela Rede/PSOL. “Agradeço a todos que confiaram na Rede/PSOL. Muito obrigado!”, escreveu Costa em suas redes sociais.
Samuel não mencionou Célio Lopes, do PDT, diretamente. Mas seus principais embates no primeiro turno foram travados com o postulante da mesma ala ideológica. Costa cobrava o pedetista por "esconder" o presidente da República Lula, do PT, e seu feitos para Rondônia.
Lopes declarou apoio à candidatura de Mariana Carvalho, do União Brasil, no segundo turno contra Léo Moraes, do Podemos.
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