G1
Publicada em 18/10/2024 às 15h30
Uma autópsia feita por Israel no corpo de Yahya Sinwar, comandante do Hamas e mentor dos atentados terroristas de 7 de outubro de 2023, apontou que ele foi morto com um tiro na cabeça, segundo o jornal americano "The New York Times".
Israel anunciou que matou Sinwar na quinta-feira (17). Ele era o número 1 do Hamas há dois meses e foi assassinado dentro da Faixa de Gaza durante um confronto com soldados israelenses.
Sinwar foi avistado junto com outros dois soldados do Hamas por soldados israelenses que patrulhavam pelo bairro de Tel al-Sultan, em Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, que imediatamente iniciaram um confronto com eles, segundo o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Avichay Adraee. A autópsia mostrou também que o então comandante do Hamas havia sido atingido no braço durante esse tiroteio com os combatentes da FDI.
Estilhaços, possivelmente disparados de um pequeno míssil ou projétil de tanque, atingiram o braço direito de Sinwar e o feriram, segundo o diretor do Instituto Nacional de Medicina Legal de Israel, Dr. Chen Kugel, que supervisionou a autópsia e revelou suas descobertas ao "The New York Times" nesta sexta. Um tanque do Exército de Israel atirou no edifício em que Sinwar estava escondido antes dele ser morto com o tiro de sniper. O terrorista havia sido avistado pelos israelenses no local com o auxílio de um drone.
Sinwar é considerado o principal mentor dos ataques de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu Israel e matou cerca de 1.200 pessoas, além de sequestrar outras 230. Israel jurou Sinwar de morte no dia seguinte.
De acordo com as autoridades, Sinwar morreu durante um confronto com soldados israelenses dentro de uma residência em Rafah, no sul de Gaza. A região foi onde Sinwar nasceu e cresceu.
Em pronunciamento, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou Sinwar de "destruir suas vidas" e disse que a morte do terrorista "não significa que a guerra acabou".
A caçada por Sinwar durou mais de um ano e motivou "dezenas de ações realizadas pelas Forças Armadas e pelo Shin Bet [o serviço secreto israelense]", segundo o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari.
Nascido e crescido na Faixa de Gaza, Sinwar era o líder do Hamas que mais conhecia o território, o que dificultou as operações de Israel. A estratégia, segundo o porta-voz, foi cercá-lo a partir de ataques ao redor de áreas onde o serviço de inteligência identificava que ele poderia estar.
Quem foi Yahya Sinwar
Depois de seis anos sendo o chefe do Hamas na Faixa de Gaza e o número 2 na hierarquia do grupo, Sinwar foi nomeado em agosto o comandante máximo do grupo terrorista, após a morte de Haniyeh.
Desde que virou comandante o paradeiro de Sinwar era secreto. No entanto, o perfil do terrorista deu pistas a Israel, já que ele tinha uma relação de proximidade com moradores do território.
Eleito por meio de votações secretas, Yahia Sinwar governou a Faixa de Gaza por seis anos. Antes disso, ele passou 23 anos em prisões israelenses, condenado a quatro penas de prisão perpétua pela morte de dois soldados e de quatro palestinos ligados a Israel.
O terrorista foi libertado em 2011, com mais 1.026 prisioneiros palestinos. Em troca, Israel recebeu de volta o soldado Gilad Shalit, que havia sido sequestrado cinco anos antes pelo Hamas.
Sinwar falava e escrevia hebraico fluentemente — ele disse que, enquanto esteve preso, dedicou-se a estudar o inimigo.
Em 2018, durante as negociações para um cessar-fogo com Israel, ele redigiu, à mão e em hebraico, uma mensagem ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu com apenas duas palavras: “risco calculado”.
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