Rondoniadinamica
Publicada em 21/10/2024 às 11h43
Porto Velho, RO – Na noite do debate promovido pela SIC TV, afiliada da Rede Record, os candidatos à Prefeitura de Porto Velho, Mariana Carvalho (União Brasil) e Léo Moraes (Podemos), apresentaram suas propostas para os eleitores da capital rondoniense. A discussão, marcada por trocas diretas de questionamentos e posicionamentos críticos sobre as respectivas gestões passadas, envolveu temas essenciais como saneamento, saúde, segurança e inclusão social.
Mariana Carvalho foi a primeira a abrir o debate questionando Léo Moraes sobre sua passagem pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Ela perguntou se, durante o ano que esteve à frente da instituição, ele havia promovido concursos públicos. "Quantas pessoas foram contratadas por meio de concurso público na sua gestão?", indagou a candidata. Léo respondeu que sua administração focou na eliminação de 30 taxas e no encaminhamento de processos para a realização de concursos. Ele destacou que iniciou a implementação da CNH Social para beneficiar 5 mil pessoas em situação de vulnerabilidade.
O debate sobre a saúde também gerou momentos intensos. Mariana prometeu uma "revolução" na área, afirmando que, em seus primeiros 90 dias de gestão, aumentaria a cobertura da Estratégia de Saúde da Família para 100%. Léo, por sua vez, criticou a administração atual, mencionando que "hoje você chega em um posto de saúde e o que encontra é uma injeção de 3D: dexametasona, diclofenaco e dipirona".
Ânimos acirrados
Ambos os candidatos trocaram críticas sobre os apoios políticos que receberam ao longo da campanha. Mariana Carvalho mencionou que Léo Moraes havia buscado alianças com nomes políticos de peso, mas que não conseguiu atrair esses apoios. Ela citou especificamente Mauro Nazif, ex-prefeito de Porto Velho, como um dos que optaram por não apoiar Léo. “O senhor procurou muitas pessoas, inclusive o doutor Mauro, mas não conseguiu tê-las ao seu lado. Isso demonstra a falta de confiança no seu projeto”, afirmou Mariana, questionando a capacidade de articulação política do adversário.
Em resposta, Léo Moraes criticou duramente o apoio de Mariana a Jair Montes, deputado estadual, acusando-o de ter um passado envolvido em casos de estelionato e tráfico de influência. “Imagina ter como secretário de obras alguém como Jair Montes, que eu mesmo pedi a cassação quando fui vereador. É alguém que, além de outras acusações, não deveria estar ocupando cargos de confiança”, disparou Léo, reforçando que sua campanha não seria baseada em “acordos e conchavos”.
As trocas de acusações sobre alianças políticas intensificaram a tensão no debate, trazendo à tona as divergências sobre os tipos de apoio que ambos os candidatos buscaram e os impactos que essas parcerias podem ter em suas gestões futuras.
Administração
Outro ponto central foi o saneamento básico. Léo Moraes criticou Mariana por ter votado contra o marco do saneamento no Congresso Nacional, defendendo que isso seria crucial para levar água e esgoto a Porto Velho. Mariana justificou seu voto explicando que a tarifa social não estava incluída no projeto inicial, o que impactaria negativamente a população mais carente. "Votei contra porque iria prejudicar os mais pobres", ressaltou.
No tema da segurança pública, Mariana afirmou que sua gestão dará prioridade à criação da Guarda Municipal e parcerias com a Polícia Militar para usar policiais da reserva em ações na cidade. Léo, por sua vez, apontou a necessidade de investir em tecnologia e monitoramento, prometendo a instalação de 450 câmeras para reconhecimento facial e reforço da Guarda Patrimonial.
O debate seguiu com acusações sobre a trajetória política dos candidatos. Mariana criticou Léo por abandonar mandatos, enquanto ele rebateu dizendo que quem decide o destino dos políticos é o povo, reforçando que estava sempre ao lado da população.
A discussão sobre inclusão social também ganhou destaque. Léo Moraes propôs a criação de uma clínica-escola para atender crianças com autismo e neurodivergências, enquanto Mariana prometeu ampliar os serviços de saúde e inclusão com a criação de um centro multidisciplinar e concursos públicos para terapeutas ocupacionais.
O último debate ocorrerá na Rede Amazônica, na próxima sexta-feira, 25.
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