Herbert Lins
Publicada em 25/10/2024 às 09h49
Mariana pode se tornar a primeira prefeita eleita da história de Porto Velho
A decisão de voto é um fenômeno complexo e pode responder a causas múltiplas. O voto, segundo Paul Lazarsfeld et all (The people's choice. New York: Columbia University Press, 1948), é “essencialmente como uma experiência de grupo. As pessoas que vivem juntas e em mesmas condições externas teriam inclinação a desenvolver similares necessidades, interesses, experiências, visões e interpretações de mundo. Por isso, votam não apenas com o seu grupo social, mas pelo grupo”. Para a Geografia Eleitoral, numa competição eleitoral acirrada, as relações pessoais e as estratégias de grupo na reta final são mais decisivas para a escolha do candidato do que as mensagens veiculadas através dos meios de comunicação. Neste caso, as relações interpessoais oferecem vantagens psicológicas aos indivíduos mediante o poder de persuasão de cada integrante do grupo para virar o voto para o seu candidato. Principalmente quando o adversário não conta com o voto raiz e consolidado. Há quem considere que as mensagens veiculadas nos meios de comunicação, o último debate e as mídias sociais verdadeiras ou mentirosas – fake news, podem influenciar na formação de opinião e alterar o resultado eleitoral. Contudo, repito, o que vale numa eleição competitiva é a articulação do grupo e estratégias eleitorais para persuadir o eleitor a votar e garantir a vitória do grupo nas urnas no dia da eleição, ou seja, buscar voto a voto.
Resultados
É preciso considerar que as políticas públicas de uma gestão governamental são avaliadas pelo eleitor em qualquer escala, produzem resultados de avaliações sobre os governantes que podem garantir a transferência de voto ou rejeição a um determinado candidato.
Síntese
Eleitores mais satisfeitos com os governos se inclinam a votar no candidato situacionista. Já os eleitores insatisfeitos com a gestão municipal tendem a votar no candidato da oposição. Em síntese, o resultado das urnas é uma avaliação retrospectiva dos gestores públicos e representantes políticos que ocupam os espaços de poder e de tomada de decisões.
Estratégias
A campanha para a Prefeitura de Porto Velho tomou um caminho da competitividade devido às estratégias de marketing eleitoral, com acertos de um lado e erros homéricos do outro. Daí é difícil arriscar qualquer previsão em relação ao resultado no pleito eleitoral de domingo (27).
Tempo
Caso o candidato a prefeito Léo Moraes (Podemos) vença o pleito eleitoral no domingo (27), passará um ano com o orçamento da gestão anterior, ou seja, do prefeito Hildon Chaves (PSDB). Neste caso, Léo levará um bom tempo para definir os rumos da administração, bem como a articulação política para conseguir destinação de recursos que contemplem as políticas públicas definidas no seu Plano de Governo.
Esquerda
O candidato a prefeito Léo Moraes (Podemos) pode ganhar a eleição no domingo (27) com o voto da esquerda, ou seja, do lulismo e do petismo. Em coluna pretérita, escrevi que pesquisas mostravam índices de aprovação do governo Lula (PT) no pior cenário, com 55% e 63% no melhor cenário. Por sua vez, Léo esconde do eleitor a manifestação de apoio das lideranças de esquerda da capital à sua candidatura.
Abstenção
Existe preocupação dos coordenadores de campanha dos candidatos a prefeito de Porto Velho, Mariana Carvalho (União) e Leo Moraes (Podemos), em relação ao feriadão alusivo ao Dia do Servidor Público (28), o que pode contribuir para o aumento da abstenção no pleito eleitoral de domingo (27). No primeiro turno, tivemos cerca de 25% de abstenção e poderá ser maior no segundo turno.
Prefeita
Se eleita no domingo (27), a ex-deputada federal Mariana Carvalho (União Brasil) se tornará a primeira prefeita na história de Porto Velho, capital de Rondônia. Neste caso, ela pode juntar-se à crescente lista de lideranças do país alinhadas ao movimento nacional liberal-conservador.
Direto
A candidata a prefeita Mariana Carvalho (União Brasil) conta com o apoio direto do governador Marcos Rocha (União Brasil), do senador Marcos Rogério (PL) e do prefeito da capital Hildon Chaves (PSDB). Marcos Rocha e Marcos Rogério podem destinar recursos para melhorar a infraestrutura da nossa capital.
Federal
Da bancada federal, a candidata Mariana Carvalho (União Brasil) conta com o apoio do seu irmão, o deputado federal Mauricio Carvalho (União Brasil). Além da deputada federal Cristiane Lopes (União Brasil), da deputada federal Silvia Cristina (PP) e do deputado federal Thiago Flores (Republicanos). Eles abrirão as portas dos ministérios para gestão de Mariana caso seja eleita no domingo (27).
Marcelo
Pelas bandas de cá, a candidata à prefeita Mariana Carvalho (União Brasil) conta com o apoio direito do presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Marcelo Cruz (PRTB). Ele acredita que Mariana será a prefeita do saneamento básico e não medirá esforços para ajudá-la a rasgar a cidade no sentido de acabar com as alagações.
Queiroz
Já o deputado estadual Alan Queiroz (Podemos), que apoia a candidata Mariana Carvalho (União Brasil), disse que continuará em atuação parlamentar conjunta com seu irmão, o vereador Dr. Júnior Queiroz (Republicanos), destinando emendas parlamentares para a saúde da capital.
Inclusão
A candidata à prefeita Mariana Carvalho (União Brasil) conta com o apoio do deputado estadual Cirone Deiró (União Brasil), ele garantiu a destinação de emendas parlamentares para políticas públicas de inclusão social, em especial, de crianças autistas.
Comprometeram
Já os deputados estaduais Ribeiro do Sinpol (PRD), Edevaldo Neves (PRD), delegado Lucas Torres (PP) e delegado Rodrigo Camargo (Republicanos) se comprometeram a ajudar a gestão da candidata à prefeita Mariana Carvalho (União Brasil) – caso eleita, destinando emendas para segurança pública e infraestrutura no âmbito municipal.
Esporte
O deputado estadual Jean de Oliveira (MDB) apoia também a candidata à prefeita Mariana Carvalho (União Brasil). Ele afirmou que, caso Mariana seja eleita, destinará emendas parlamentares para o esporte amador da nossa capital.
Oportunidades
A deputada estadual Ieda Chaves (União Brasil) disse que Mariana Carvalho (União Brasil), eleita prefeita de Porto Velho, destinará emendas parlamentares para serem investidas em políticas públicas de geração de oportunidades para pessoas que moram na periferia da cidade.
Compromisso
Para fechar o time, o futuro presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Alex Redano (Republicanos), também apoia a candidata à prefeita Mariana Carvalho (União Brasil). Ele firmou compromisso de destinar emendas parlamentares para educação e infraestrutura da cidade.
Gestão
Caro leitor, não é fácil ser gestor municipal, principalmente quando não tem o poder de ampla articulação para capitação de recursos para investir na cidade. Porém, entenda como quiser, mas com apoio desse “grupão” ou “conchavão”, a candidata Mariana Carvalho (União Brasil), caso eleita a primeira prefeita de Porto Velho no domingo (27), não faz uma boa gestão à frente do Prédio do Relógio se não quiser.
Sofia I
A vereadora eleita Sofia Andrade (PL) entrou em contato comigo e disse que rejeita de forma categórica qualquer tentativa de associar o nome dela a alianças com grupos de esquerda e sua futura atuação parlamentar será pautada com princípios cristãos, conservadores e liberais.
Sofia II
Sofia Andrade (PL) fez questão de frisar que foi eleita pelos eleitores da direita sem recorrer à compra de votos, pagamento de lideranças ou compromissos que comprometessem seus valores. Fará um mandato de vereadora em defesa da desoneração fiscal dos tributos municipais e contra o aumento de impostos na nossa capital.
Educação
A vereadora eleita Sofia Andrade (PL) participou dos quadros da Juventude Socialista do PDT, ela em Guajará-Mirim, eu em João Pessoa – Paraíba. Tenho certeza de que, pelo seu berço político no brizolismo, será uma parlamentar também comprometida na defesa do ensino integral na nossa capital, uma bandeira de Leonel Brizola e do professor Darcy Ribeiro, ambos fundadores do PDT.
Sério
Falando sério, é uma vergonha o motivo do afastamento das funções públicas de cinco desembargadores do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça), mediante suspeita da venda de sentenças. O pior de tudo, caso fique comprovado, a penalidade imputada será a aposentadoria. O Brasil precisa de reformas estruturais urgentes e a direita tem a maioria no Congresso Nacional e não faz.
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