Rondoniadinamica
Publicada em 26/10/2024 às 10h03
Porto Velho, RO – Neste domingo, 27 de outubro, Porto Velho estará diante de uma escolha histórica. A cidade elegerá, pela primeira vez em quase três décadas, o prefeito ou a prefeita mais jovem desde 1998. Em uma disputa marcada pela juventude e pela renovação, Mariana Carvalho, que completará 39 anos em 2025, e Léo Moraes, que terá 41 anos no próximo ano, representam duas trajetórias políticas promissoras e, ao mesmo tempo, diferentes. A última vez que Porto Velho teve um prefeito tão jovem foi com Carlinhos Camurça, que assumiu aos 42 anos. Desde então, a liderança do município passou por figuras como Roberto Sobrinho, que assumiu aos 46 anos em 2005; Mauro Nazif, aos 54 anos, em 2013; e Hildon Chaves, que tomou posse aos 49 anos em 2017.
Mariana Carvalho e Léo Moraes chegaram ao segundo turno após uma campanha acirrada, superando cinco adversários ainda no primeiro turno das eleições de 2024. Ambos têm carreiras sólidas e distintas, marcadas por experiências legislativas e envolvimento com questões sociais e políticas que moldaram suas trajetórias até aqui.
Mariana Carvalho nasceu em 1986, durante uma viagem de sua mãe a São Paulo, mas cresceu e se formou em Porto Velho. Filha de Aparício Carvalho, figura de destaque na política rondoniense, Mariana seguiu uma trajetória marcada pelo engajamento desde jovem. Aos 16 anos, filiou-se ao PSDB, onde ocupou cargos de liderança juvenil. Formada em Direito e Medicina, concorreu pela primeira vez a um cargo público em 2008, quando foi eleita vereadora de Porto Velho. Naquele período, já demonstrava sua dedicação às causas sociais e à saúde pública, presidindo comissões e atuando em áreas estratégicas.
Em 2012, Mariana concorreu à prefeitura, tornando-se a candidata mais jovem a disputar o cargo em uma capital brasileira. Embora tenha ficado em terceiro lugar, sua campanha foi vista como inovadora e marcou o início de uma ascensão política que culminaria em sua eleição como deputada federal em 2014, com 60.324 votos, sendo a terceira mais votada de Rondônia. Durante seu mandato, destacou-se por apoiar o impeachment de Dilma Rousseff e medidas de austeridade fiscal no governo Michel Temer. Em 2018, foi reeleita deputada federal, consolidando sua influência e alinhando-se a pautas voltadas para a modernização da administração pública e desenvolvimento sustentável.
Mariana sempre enfatizou a importância de uma gestão transparente e eficiente. Em seu plano de governo, ela propõe a ampliação do uso de tecnologias digitais na administração municipal, a melhoria da infraestrutura urbana e investimentos na saúde e educação. Seu objetivo é transformar Porto Velho em uma cidade moderna e inclusiva, que respeite o meio ambiente e incentive a participação popular.
Leonardo Barreto de Moraes, mais conhecido como Léo Moraes, nasceu em Foz do Iguaçu, em 1984, mas construiu sua carreira política em Porto Velho, onde se estabeleceu como uma figura de destaque. Formado em Direito pela PUC-PR, Léo começou sua trajetória política ainda durante a vida acadêmica, liderando o Diretório Central dos Estudantes e defendendo causas estudantis. Em 2012, foi eleito vereador de Porto Velho, onde ganhou destaque ao propor leis voltadas para a juventude, transparência e direitos sociais. Em 2014, foi eleito deputado estadual, sendo o mais votado na capital.
Em 2016, Léo Moraes tentou, pela primeira vez, a Prefeitura de Porto Velho, chegando ao segundo turno, mas foi derrotado por Hildon Chaves. Em 2018, foi eleito deputado federal, obtendo a maior votação do estado de Rondônia. Sua atuação parlamentar sempre foi marcada por um perfil jovem, dinâmico e engajado em questões sociais. Nas eleições de 2022, disputou o governo de Rondônia, ficando em terceiro lugar no primeiro turno, mas sua influência foi decisiva para a reeleição do atual governador, ao apoiá-lo no segundo turno.
O plano de governo de Léo Moraes para a Prefeitura de Porto Velho foca na inclusão social, no incentivo ao empreendedorismo e na descentralização dos serviços públicos. Léo promete fomentar a agricultura familiar, melhorar a segurança pública e implementar programas de apoio à juventude, visando criar oportunidades de emprego e educação para as novas gerações.
Na sexta-feira, 25 de outubro, Mariana e Léo participaram de um debate decisivo na Rede Amazônica, afiliada local da Rede Globo. Embora Mariana tenha adotado uma postura mais cautelosa, Léo se mostrou à vontade, com um discurso direto. Apesar das diferenças de estilo, o embate foi equilibrado, e ambos puderam detalhar suas propostas, desde melhorias na saúde e educação até planos para o desenvolvimento econômico da capital. As trocas de farpas foram pontuais, com foco em ideias, deixando claro que o eleitor porto-velhense terá que escolher entre dois perfis diferentes de liderança, mas igualmente comprometidos com o progresso da cidade.
A eleição deste domingo é um marco importante, não apenas pelo simbolismo da juventude dos candidatos, mas também pela responsabilidade que recai sobre os eleitores de Porto Velho. O primeiro turno já registrou uma abstenção preocupante, que reflete o desinteresse e a descrença de parte da população no processo eleitoral. Deixar de votar é abdicar de um direito fundamental e abrir mão da chance de influenciar o rumo da cidade.
O voto é a principal ferramenta de cidadania. Ao não participar, o eleitor permite que outros decidam o futuro da cidade em seu lugar, enfraquecendo a representatividade e o poder da democracia. Em um momento onde a escolha é entre dois candidatos jovens, que se comprometeram a renovar a administração pública e apresentar soluções concretas para os problemas de Porto Velho, a ausência nas urnas é uma perda para toda a sociedade.
A crítica vai além dos números. A participação eleitoral é uma forma de pressionar os candidatos eleitos a cumprirem suas promessas. Quem não vota, deixa de exercer o papel de fiscal e de voz ativa na construção da cidade que deseja ver no futuro. Por isso, mesmo diante das falhas nas pesquisas de opinião e das dificuldades que possam existir, é essencial que cada cidadão faça sua escolha e vá às urnas, para que Porto Velho siga um caminho de desenvolvimento que contemple todos os seus habitantes.
As divergências nas pesquisas de opinião ao longo do segundo turno evidenciam as dificuldades enfrentadas pelos institutos em captar a realidade das intenções de voto. A precisão dos levantamentos foi contestada por números díspares, o que traz uma reflexão sobre a credibilidade desses estudos. Além disso, o índice de abstenção, que foi significativo no primeiro turno, é um ponto de preocupação, pois evidencia o afastamento de parte da população do processo eleitoral.
Com a eleição se aproximando, o que está em jogo não é apenas a escolha de um candidato, mas o futuro de uma capital que busca modernização e inclusão. Seja Mariana ou Léo, a expectativa é que Porto Velho avance para se tornar uma cidade mais justa e próspera, onde a juventude e a inovação ocupem um lugar central na administração pública. Que a escolha nas urnas reflita o desejo de um futuro melhor para todos.
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