Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 28/10/2024 às 11h27
Após uma campanha ferrenha no segundo turno, Porto Velho elegeu o seu novo prefeito. O município tem no nome “Velho”, mas o eleito para comandar a prefeitura a partir de janeiro do próximo ano é jovem, porém experiente político, Léo Moraes (Podemos).
As eleições de domingo (27) demonstraram, mais uma vez, que na política não existem as frases “já ganhei” ou “já ganhamos”. A adversária de Léo Moraes, Mariana Carvalho (União), que chegou bem à frente no primeiro turno (44,53% a 25,65%), não teve o mesmo fôlego no segundo turno, e Léo venceu com pouco mais de 12% dos votos a mais.
A ostensividade da campanha de Mariana no primeiro turno, sem o resultado esperado — que seria vencer com 50% mais um dos votos válidos — refletiu no segundo, pois é muito difícil manter a votação, que não tinha mais como subir. A tendência é descer. Como cada voto vale dois, pois são eleições polarizadas, quando o eleitor deixa de votar em um candidato, o outro recebe dois, porque é menos um dele e mais um para o adversário. Garantir o voto é estratégico, mas não é fácil.
Os dois candidatos que chegaram ao segundo turno na capital, único município do Estado com mais de 200 mil eleitores, são identificados com o eleitorado. Léo já foi vereador e deputado (estadual e federal). Seu pai, o saudoso Paulo Moraes, foi vereador e presidiu o Parlamento Mirim, e sua mãe, Sandra, também foi vereadora e presidiu a câmara. Aparício, pai de Mariana, passou pelos cargos de vereador, deputado federal e vice-governador. O irmão, deputado federal Maurício, foi vice no segundo mandato do prefeito Hildon Chaves (PSDB), cargo que renunciou em 2022 para assumir na Câmara Federal.
As eleições terminaram, inclusive com muitos pontos negativos devido às fake news, acusações absurdas, denúncias vazias, confusões em reuniões na campanha do segundo turno, mas também apresentaram fatos positivos, como os pronunciamentos de Hildon e Mariana reconhecendo a derrota e parabenizando Léo.
Um ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa (Ale) já dizia com muita propriedade: “política não se faz com ódio”.
Que Léo consiga montar uma equipe homogênea e eficiente, pois nenhum dos 23 vereadores é do seu partido, e que realize a maior parte do que pregou durante a campanha, como a mobilidade urbana, investimentos na saúde, apoio aos inúmeros Distritos — a maioria maior que muitos municípios —, manutenção das estradas (mais de 7 mil quilômetros) e uma equipe técnica mesclada com política.
Notas e Informações
Eleições – O ponto facultativo na Assembleia Legislativa (Ale) na sexta-feira e o de hoje (28), Dia do Servidor Público (servidores estaduais), contribuiu para o elevado índice de abstenção nas eleições municipais em segundo turno de domingo (27) em Porto Velho. No primeiro turno, a abstenção superou os 25%, mesmo com sete candidatos, e no domingo, como se esperava, foi maior: 30,35% (102.459 não votaram), superior à votação de Mariana (98.221 votos). A coluna, durante a semana que antecedeu o segundo turno, alertou em várias oportunidades sobre a importância de os candidatos conscientizarem o eleitorado a votar, para se evitar um número tão elevado de abstenção. Nulos e brancos até estiveram dentro da expectativa, com menos de 11 mil votos.
Transição – Além de escolher uma equipe à altura de administrar o maior município de Rondônia, capital do Estado, superior a vários estados e muitos países, Léo precisa montar um grupo de pessoas com plenos conhecimentos técnicos e econômicos para tratar da passagem de governo. Apesar de jovem, mas político experiente, Léo sempre militou no legislativo (vereador, deputado estadual e deputado federal). Teve uma passagem curta, mas positiva, no Detran-RO, cargo que deixou para assumir a candidatura vitoriosa a prefeito. Hildon é um bom prefeito, poderia ser melhor, teve algumas dificuldades com a pandemia da COVID-19, mas sai com saldo positivo, inclusive deverá entregar o tão sonhado Terminal Rodoviário, em fase de conclusão. E Léo tem a difícil missão de conseguir maioria na câmara de vereadores, para poder governar com segurança.
Calçadão – Desde sua candidatura a prefeito em 2016, quando chegou ao segundo turno, mas foi derrotado pelo atual prefeito, Hildon Chaves, que Léo Moraes se preparou para disputar as eleições deste ano. Desde aquela época já tinha em seu Plano de Governo como uma das prioridades a mobilidade urbana. Porto Velho tem uma área central arcaica, com calçadas desniveladas que dificultam o trânsito de pessoas com mobilidade reduzida e, até mesmo, de quem não enfrenta esse problema. O estacionamento regulamentado deve e precisa ser implantado no centro e nas zonas Norte, Leste e Sul. E tomara que o Calçadão na 7 de Setembro não seja somente um item do Plano de Governo apresentado para as eleições deste ano.
Respigo
Destaque para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), comandado pelo juiz eleitoral Daniel Ribeiro Lagos, cidadão dos mais ilibados que conhecemos desde a década de 90, ainda no “Diário da Amazônia”. As eleições ocorreram sem problemas, com atendimento dos mais eficientes aos eleitores, candidatos e fiscais partidários em todos os locais de votação, inclusive no interior do município. +++ Méritos também para mesários e pessoal de apoio, sempre atentos às necessidades dos eleitores, que não tiveram dificuldades para votar. Orientação e apoio estiveram sempre à disposição do eleitor. +++ Para quem gosta de futebol, hoje tem jogos pelo Brasileirão. Na Arena Pantanal, o Cuiabá recebe o Corinthians, às 18h. +++ Ambos estão na zona de rebaixamento. Corinthians com 32 pontos (18º) e Cuiabá (19º) com 27 pontos. +++ No outro jogo (20h) em São Januário, o Vasco recebe o Bahia. O time baiano está em 7º com 46 pontos e busca vaga para a Libertadores, e o Vasco em 10º (40 pontos), se distanciando da zona de rebaixamento. +++ O Botafogo lidera com 64 pontos e o Palmeiras é vice, somando 61 pontos. Faltam mais sete rodadas para o final do maior campeonato de futebol do planeta. +++ No período, estarão em jogo 21 pontos.
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