Rondoniadinamica
Publicada em 30/10/2024 às 11h25
Porto Velho, RO – Em Porto Velho, a eleição para prefeito chegou ao fim, mas o cenário político permanece nebuloso. A vitória de Léo Moraes, do Podemos, sobre Mariana Carvalho, do União Brasil, trouxe consigo uma nova configuração no poder, porém, com desafios à frente.
A Câmara Municipal, composta por 23 vereadores, em sua maioria alinhados inicialmente com Mariana, sinaliza um possível bloco de oposição. Esse movimento ocorre a despeito do apoio expresso por Sophia Andrade, do PL, que preferiu trilhar caminho com Moraes no segundo turno.
No entanto, um grande número de edis parece manter posição independente e alinhada ao grupo adversário.
Segundo informações de um dos vereadores eleitos que participou do encontro, a recente reunião envolvendo 17 vereadores na Assembleia Legislativa foi fundamental para a antecipação da composição das mesas diretoras da Câmara para os próximos dois biênios, um passo que indica articulação robusta e organizada nos bastidores.
Ainda que o encontro tenha sido pautado oficialmente para tratar das alagações no município, fontes revelam que, na prática, tratou-se de um ajuste interno para selar as lideranças dos próximos anos: Gedeão Negreiros (PSDB), irmão do ex-presidente da Câmara, Edwilson Negreiros, e o pastor Evanildo (PRTB), pai de Marcelo Cruz, presidente da Assembleia, surgem como favoritos para liderar os biênios de 2025/2026 e 2027/2028, respectivamente.
Em meio a essa articulação, Léo Moraes mantém uma postura confiante e diplomática.
Em entrevista ao programa A Voz do Povo, da Rádio Caiari FM, o prefeito eleito descartou a ideia de uma oposição consolidada. “Ao contrário do que muitos pensam, os votos não são da candidata, e cada vereador terá vida própria na Câmara”, disse, sugerindo que o sucesso administrativo dependerá do compromisso republicano dos vereadores em trabalhar pelo município.
Moraes já prevê uma primeira reunião com os eleitos, em que se compromete a priorizar diálogo e cooperação, buscando evitar conflitos diretos e manter uma gestão voltada ao bem-estar da cidade.
Enquanto Léo aposta na construção de pontes, a movimentação nos bastidores avança, e alguns vereadores, como Everaldo Fogaça, do PSD, já sinalizam autonomia ao informarem publicamente a ausência na reunião de articulação para a mesa diretora, destacando a diversidade de interesses na Câmara.
O fim do processo eleitoral inaugura uma fase politicamente complexa para Léo Moraes, cuja habilidade em contornar resistências será fundamental para o sucesso de seu mandato.
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