g1
Publicada em 31/10/2024 às 10h29
Estados Unidos e Coreia do Sul, aliados na Ásia, fizeram manobras militares conjuntas nesta quinta-feira (31) em resposta a um lançamento de um míssil da Coreia do Norte com recorde de altura horas antes.
Os exercícios também acontecem em meio à escalada das tensões entre as duas Coreias por conta do envio de tropas de Pyongyang à Rússia.
Imagens de vídeo divulgadas nesta manhã pelo Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul mostraram caças F-16 e KF-16 da Coreia do Sul e dos EUA voando em formação próximos ao espaço aéreo norte-coreano (veja abaixo).
Mais cedo, também nesta quinta, a Coreia do Norte disse que testou um míssil balístico intercontinental que alcançou um recorde de altura e tempo. O governo norte-coreano chama o artefato de a "arma estratégica mais poderosa do mundo".
O lançamento na manhã de quinta-feira foi o mais longo teste de míssil balístico do Norte, com um tempo de voo de 87 minutos, de acordo com a Coreia do Sul.
Pentágono diz que vai liberar armas
A Ucrânia não terá nenhuma nova restrição ao uso de armas dos Estados Unidos em seu conflito contra a Rússia caso tropas da Coreia do Norte realmente se juntem ao Exército russo, informou o Pentágono nesta segunda-feira (28).
Desde semana passada, os Estados Unidos, a Coreia do Sul e outros líderes internacionais denunciam que milhares de soldados norte-coreanos teriam sido enviados para a Rússia e estariam em treinamento para reforçar a frente de batalha na região de Kursk, onde as tropas ucranianas fizeram uma incursão.
"Uma parte desses soldados já se aproximou da Ucrânia, e estamos cada vez mais preocupados que a Rússia pretenda usar esses soldados em combate ou para apoiar operações de combate contra forças ucranianas na região russa de Kursk, perto da fronteira com a Ucrânia", disse a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh.
Segundo o Pentágono, a Coreia do Norte enviou cerca de 10 mil tropas à Rússia para serem treinados e lutarem na guerra na Ucrânia "nas próximas semanas".
Pouco depois do pronunciamento do Pentágono, Joe Biden também falou sobre o tema e disse que ter as tropas norte-coreanas ajudando a Rússia é "muito perigoso".
Desde agosto, Volodymyr Zelensky, o presidente da Ucrânia, e outras autoridades do país vêm usando constantes ataques da Rússia para conseguir que aliados autorizem o uso de armas de longo alcance contra o território inimigo.
Mais cedo, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse que as unidades militares da Coreia do Norte já estariam na região. A porta-voz se recusou a confirmar a informação.
Esta foi a primeira vez que a Otan confirmou a participação de Pyongyang na guerra da Ucrânia --- uma informação que havia sido levantada pelos serviços de inteligência da Ucrânia e da Coreia do Sul ---, o que alimentou temores de uma ampliação do conflito.
Rutte disse que o envio representa "uma escalada significativa da guerra ilegal da Rússia".
"Eu posso confirmar que tropas da Coreia do Norte foram enviadas para a Rússia, e que unidades militares norte-coreanas foram deslocadas para a região de Kursk (no extremo leste da Rússia)", disse o secretário-geral da Otan.
A informação sobre o envio de tropas da Coreia do Norte foi levantada pela primeira vez no início do mês pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, com base no serviço de inteligência de seu país. Dias depois, o serviço de espionagem da Coreia do Sul-- tecnicamente ainda em guerra com a Coreia do Norte -- também confirmou a movimentação, e disse ter identificado que soldados norte-coreanos foram enviados a bases no extremo leste da Rússia para treinar.
Chegada nesta segunda
Na sexta-feira (25), também com base em seu serviço de itenligência, Zelensky afirmou que as tropas norte-coreanas devem ser posicionadas nas linhas de combate na guerra e, assim, entrar efetivamente na guerra até esta segunda-feira.
"De acordo com informações de inteligência, em 27 e 28 de outubro, os primeiros militares norte-coreanos serão utilizados pela Rússia nas zonas de combate. Este é um claro passo de escalada por parte da Rússia, que é significativo, ao contrário de toda a desinformação que foi amplamente discutida em Kazan nestes dias", disse Zelensky.
Zelensky também disse que o emprego das tropas norte-coreanas no conflito exige "uma reação firme e forte" dos líderes mundiais.
"O mundo pode ver claramente o que a Rússia realmente quer: a continuação da guerra. (...) O envolvimento efetivo da Coreia do Norte nos combates deve receber uma resposta, não com olhos fechados e comentários hesitantes, mas com uma pressão significativa tanto sobre Moscou quanto sobre Pyongyang, em defesa da Carta da ONU e para punir a escalada", afirmou.
1.500 soldados
As tensões na região entre se acirrando nos últimos dias, após a agência de inteligência da Coreia do Sul disse ter descoberto na semana passada o envio de 1.500 tropas norte-coreanas à Rússia. O número foi atualizado nesta semana para três mil soldados, e a estimativa dos governos sul-coreano e ucraniano é que entre 10 e 12 mil soldados norte-coreanos sejam enviados até dezembro.
Segundo informações da Inteligência militar ucraniana divulgadas na quinta, as primeiras unidades de tropas norte-coreanas foram enviadas para a região de Kursk, na fronteira do país com a Rússia, onde forças ucranianas fizeram uma incursão. A inteligência ucraniana disse ainda que cerca de 12 mil soldados da Coreia do Norte já estão na Rússia, e o treinamento das tropas está ocorrendo em cinco bases militares.
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