G1
Publicada em 15/11/2024 às 09h37
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, afirmou na quinta-feira (14) que vai propor a suspensão do diálogo político com Israel, informou a agência Deutsche Welle (DW). Ele alega estar preocupado com violações de direitos humanos e do direito internacional cometidos pelo país no contexto da guerra.
A proposta será apresentada aos ministros do exterior dos 27 países-membros da União Europeia em reunião na segunda-feira (18), mas depende de aprovação unânime para de fato se concretizar – algo considerado improvável.
Também na quinta, um relatório da organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) equiparou o deslocamento de civis em Gaza por Israel a "crimes contra a humanidade". Além disso, um comitê especial das Nações Unidas afirmou no mesmo dia ver indícios de um genocídio em curso no território palestino.
Israel tem negado veementemente acusações do gênero, e reagiu ao relatório da HRW afirmando que não trava uma guerra contra as pessoas em Gaza, e que seu único propósito é "desmantelar o Hamas", grupo palestino que controla a região.
Segundo o comitê, o cerco israelense a Gaza, o bloqueio do envio de ajuda humanitária à região, além de mortes e ataques direcionados contra civis, estavam "intencionalmente causando morte, fome e sérios danos".
O comitê conclui que as táticas de guerra israelense "são consistentes com as características de genocídio". O grupo não esteve de fato em Gaza. Eles alegam que as tentativas de visitar a região foram ignoradas por Israel.
No fim de semana, a ONU já havia alertado que a fome era um problema iminente no norte de Gaza.
Guerra em Gaza
A guerra em Gaza foi deflagrada pelo atentado terrorista do Hamas contra Israel em 7 de outubro, que deixou cerca de 1,2 mil mortos e terminou com o sequestro de outras mais 250 pessoas, das quais cerca de 100 ainda seguem em Gaza – parte delas, porém, já é dada como morta.
Israel reagiu ao ataque com uma ofensiva que, segundo autoridades ligadas ao Hamas, já deixou mais de 43 mil mortos.
Segundo a ONU, 1,9 milhão do 2,4 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados pelo conflito. Alguns relatam já terem sido forçados a mudar de lugar diversas vezes em busca de segurança.
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