Rondoniadinamica
Publicada em 12/12/2024 às 10h15
Porto Velho, RO – Desde sua derrota nas eleições de 2022, o senador Marcos Rogério (PL-RO) tem adotado uma postura que sugere uma tentativa de manter viva a disputa com o governador reeleito Coronel Marcos Rocha (União Brasil). Rogério, derrotado no primeiro e no segundo turno, também viu suas ações judiciais contra o resultado das eleições serem rejeitadas, consolidando, até o momento, fracassos em todas as frentes de contestação.
Em 2023, Rogério aproveitou a crise no setor aéreo, destacando os altos preços das passagens aéreas na região Norte, para responsabilizar o governador Marcos Rocha. A matéria, publicada em 31 de julho de 2023, apresentou as críticas do senador em entrevista à Rádio 93,3 FM. Durante a entrevista, Rogério usou as redes sociais para amplificar as críticas, mobilizando sua base de eleitores e aumentando a pressão sobre o governo estadual. Esse padrão de ataques pela internet tem sido uma de suas principais estratégias para se manter em evidência.
Como líder da oposição no Senado Federal, o parlamentar transita entre críticas à administração federal e ataques à gestão de Marcos Rocha em Rondônia, utilizando tais estratégias como ferramentas para pavimentar sua pretensão de disputar o governo estadual em 2026.
Inclusive o colunista Herbert Lins, da coluna Falando Sério, escreveu sobre o tema hoje. Ele relatou que o discurso do senador na tribuna do Senado demonstra um claro desespero em antecipar o debate eleitoral de 2026 e criar um ambiente de polarização. Ainda segundo Lins, o senador estaria politicamente isolado, não transitando em grupos políticos relevantes e levando o PL ao isolamento regional, o que pode comprometer suas pretensões futuras.
Rogério tem utilizado pautas polêmicas e recorrentes ataques nas redes sociais para criticar a gestão de Marcos Rocha. Esses ataques, muitas vezes marcados por um tom de acusações genéricas, vêm sendo feitos sem que o senador apresente soluções concretas ou medidas efetivas para os problemas apontados. A estratégia tem como objetivo reforçar sua narrativa de oposição e manter sua base de apoio mobilizada em um contexto de desgaste político.
No campo partidário, Rogério também protagonizou episódios que expuseram fragilidades dentro do Partido Liberal em Rondônia. A destituição de Jaime Bagattoli do comando estadual da legenda, realizada com o apoio de Valdemar Costa Neto, gerou insatisfação entre aliados e evidenciou a centralização de poder por parte do senador. O episódio foi seguido por movimentos de Bagattoli que desafiaram a liderança de Rogério, antes das eleições deste ano, ainda em fase de pré-campanha, incluindo apoio a candidaturas que não seguiam a orientação oficial do partido.
Essas tensões internas, somadas às disputas regionais, apontam para uma dinâmica de divisão que pode dificultar os planos do senador de se fortalecer politicamente até 2026. Enquanto isso, Rogério segue tentando consolidar sua liderança por meio de alianças com figuras do PL nacional e do bolsonarismo.
A insistência de Marcos Rogério em manter viva a disputa com Marcos Rocha, mesmo após sucessivas derrotas eleitorais e judiciais, reflete uma estratégia política focada na construção de narrativas que o posicionem como alternativa em 2026. No entanto, a falta de propostas concretas e a centralização de poder dentro de seu partido podem comprometer sua capacidade de ampliar o apoio necessário para alçar voos maiores.
Com um cenário cada vez mais complexo em Rondônia, o senador enfrenta o desafio de superar o revanchismo eleitoral e apresentar soluções reais para as demandas do estado. Sem isso, a busca pelo protagonismo político pode permanecer apenas no campo das intenções.
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