Herbert Lins
Publicada em 17/12/2024 às 10h12
Tinta acabando e café esfriando com o fim do mandato
O fim de um mandato é como uma manhã chuvosa e fria em que o café esfriou sobre a mesa. Outro exemplo é o aluno que leva apenas uma caneta para a escola e, no meio da atividade valendo pontuação, percebe que a tinta da caneta está acabando. Para aqueles que um dia seguraram a caneta do poder, essa é a metáfora perfeita: o café que já foi quente, servido com deferências e sorrisos largos, agora amarga na boca. É o momento em que o celular, antes insistentemente ocupado com ligações, escolha de convites, elogios e bajulações, começa a silenciar. Para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores - aqueles que não conseguiram se reeleger no último pleito municipal -, estão descendo do palco e descobrindo que o poder é efêmero. Neste caso, aqueles que ocupavam os espaços de poder e tomadas de decisões, estão saindo de cena e ficando sem mandato, precisam aprender a lidar com a indiferença ou, pior, com a ingratidão. Esse é o “café frio da vaidade e da caneta sem tinta” – um gosto amargo que só quem provou pode descrever nos diálogos futuros em relação a memória e as lembranças quando passou pelos espaços de poder e de tomada de decisões.
Enredo
Mas o verdadeiro enredo se desenrola na relação entre o ex-mandatário e o novo mandatário. Muitos saem do poder imaginando que seus sucessores e afilhados políticos seguirão conselhos, manterão promessas e preservarão alianças. Um erro comum entre todos que pensam dessa maneira.
Café
Quando a cadeira do poder é ocupada, a fogueira da vaidade ascende e a visão muda. O novo mandatário sente o gosto do poder, da xícara com café fresquinho, da caneta cheia de tinta e a influência do antecessor começa a perder força. Conselhos antes ouvidos com reverência passam a ser ignorados. O café da parceria esfria rapidamente.
Incra
No sábado passado (14), o Incra entregou às famílias de 11 projetos de assentamentos no município de Machadinho D’Oeste os contratos de Concessão de Uso (CCU) de seus lotes de terras do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), além do Crédito Instalação para o início das atividades produtivas.
Documento
O contrato de Concessão de Uso (CCU) é um documento de titulação que antecede o Título de Domínio. Por sua vez, garante a permanência e a exploração do lote no assentamento. O referido documento também assegura o acesso aos créditos oferecidos pelo Incra e a outros programas do Governo Federal de apoio à agricultura familiar.
Reeleição
De olho na reeleição, o senador Confúcio Moura (MDB) esteve em Machadinho D’Oeste participando do evento do Incra para entrega dos contratos de Crédito de Instalação e Concessão de Uso (CCU) para mais de 500 famílias de produtores rurais assentados em 11 projetos de colonização agrária.
Baluarte
É preciso reconhecer que o deputado federal Lúcio Mosquini (MDB) é o grande baluarte em defesa da agricultura familiar em Rondônia. Mosquini tem trabalhado diuturnamente para fortalecer a permanência do produtor rural na terra. Para isso ser possível, ele destinou R$ 22 milhões de suas emendas parlamentares para o Incra promover a regularização fundiária. Ele também esteve em Machadinho D'Oeste para participar da entrega dos CCU e dos Créditos de Isntalação.
Protagonista
Outro protagonista da regularização fundiária em Rondônia que não pode ser esquecido é o servidor e técnico agrícola do Incra/RO, Luiz Flávio Carvalho Ribeiro, que responde pela superintendência regional do órgão fundiário federal em Rondônia.
Esforços
O superintendente do INCRA/RO, Luiz Flávio Carvalho Ribeiro, juntamente com toda a sua equipe, estabeleceu diálogo com o Governo de Rondônia, IFRO, Bancada Federal, prefeituras e movimentos sociais, para agilizar a regularização fundiária em Rondônia no sentido de fortalecer a agricultura e o agronegócio rondoniense.
Agenda
O deputado federal Maurício Carvalho e a ex-deputada federal Mariana Carvalho, ambos do União Brasil, estão cumprindo agenda no interior para realizar entrega de emendas parlamentares. Mauricio pensa em reeleição e Mariana começa a ser lembrada como possível candidata a uma cadeira no Senado Federal.
Mariana
Falando em Mariana Carvalho, a ex-deputada federal e ex-candidata à prefeita da capital, esteve no Parque da Cidade para conferir a decoração natalina da prefeitura. No local, durante sua permanência, foi muito bem recepcionada pelos visitantes e muitos selfies rolaram nas redes sociais.
Prisão
Chama atenção somente a prisão preventiva do ex-secretário da SEJUCEL, Júnior Lopes, na manhã de sexta-feira (13) sob acusação de destruição de provas. Por sua vez, sabemos que destruir provas é crime. Contudo, me pergunto: ele é o único culpado de todas as acusações em relação a operação Dionísio?
Convicção
Agora, se realmente existe a convicção dos desvios dos recursos públicos para a realização da Expovel nas edições de 2023 e 2024, que sejam presos todos os criminosos e apresentados à sociedade rondoniense. Prender apenas o ex-secretário Júnior Lopes gera desconfiança e aparenta que ele seria uma espécie de bode expiatório no intuito de arrancar dele uma delação premiada, talvez daquelas que ocorreram na operação Lava-jato.
Sabemos
Todos nós que trabalhamos nos espaços de poder e de tomada de decisões, sabemos que o ex-secretário da Sejucel, Júnior Lopes, não executou o cronograma de desembolso dos recursos públicos destinados à realização da Expovel nas edições 2023 e 2024. Ou seja, fez apenas o repasse às entidades credenciadas para realização dos eventos que foram um sucesso de beleza, grandeza e de público.
Difícil
Acredito que seja muito difícil para um gestor público destruir provas em relação à abertura de processos para contratação de serviços, aquisição e outros. Existe um rito a ser cumprido desde a formalização do processo, publicidade pela mídia oficial, contratação/convênio, empenho e pagamento.
Revelar I
Cabe ao MP e à Polícia Civil revelar para a sociedade rondoniense se entrou dinheiro ilícito nas contas bancárias de Júnior Lopes e dos demais envolvidos na operação Dionísio. Dessa maneira, será possível identificar quais valores foram recebidos de propina por cada envolvido.
Revelar II
O MP e a Polícia Civil precisam ainda revelar detalhadamente quanto custou cada evento realizado pela SEJUCEL, em especial, o custo de cada atração nacional; quais entidades realizaram os eventos; quais empresas contratadas; quais serviços foram contratados e quanto foi pago por cada um. É preciso tornar público quanto foi desviado dos cofres públicos e quem são os larápios!
Defesa
A defesa do ex-secretário da SEJUCEL, Junior Lopes, não foi encontrada para comentar a prisão preventiva. Segue à disposição o espaço da coluna para maiores esclarecimentos.
Ocultas
O café do prefeito Hildon Chaves (PSDB) está esfriando e a tinta da caneta está acabando. Hildon deixará a prefeitura de Porto Velho bem melhor do que recebeu do ex-prefeito Dr. Mauro Nazif (PSB). Por sua vez, forças ocultas trabalham para não deixá-lo entregar a maior obra da sua gestão, a nova rodoviária de Porto Velho, que considero uma injustiça.
Combate
O vereador eleito, Marcos Combate (Agir), foi o escolhido para falar em nome dos vereadores novatos na solenidade de posse no próximo dia primeiro de janeiro na Câmara Municipal de Porto Velho. Para quem não conhece Combate, ele tem uma linda história de superação que vamos trazer na próxima coluna.
Sério
Falando sério, na vida, a ingratidão é uma atitude do ser humano mais maléfica. Contudo, não se pode deixar que a ingratidão nos paralise. A resposta está no convívio com os outros com amor, cumplicidade, solidariedade, empatia, resiliência e compreendendo a dor do próximo.
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