Rondoniadinamica
Publicada em 14/01/2025 às 10h46
Porto Velho, RO – Rondônia viveu na noite de 12 de janeiro de 2025 uma onda de violência que remeteu aos episódios marcantes do "Salve Geral" de 2006, em São Paulo. A morte do cabo da Polícia Militar Fábio Martins, alvejado com seis tiros na cabeça no residencial Orgulho do Madeira, em Porto Velho, desencadeou uma sequência de ataques coordenados que impactaram a segurança e a sensação de ordem na capital e municípios vizinhos.
Assim como no caso paulista, onde a transferência de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para um presídio de segurança máxima provocou uma série de atentados, em Rondônia os eventos tiveram como epicentro a ação de facções criminosas que utilizam a violência para desafiar o Estado. Ônibus incendiados em Porto Velho, Candeias do Jamari e Itapuã d'Oeste, além da tentativa de destruição de veículos de empresas privadas, mostraram o alcance da criminalidade organizada.
O contexto de Rondônia, embora em menor escala, compartilha similaridades preocupantes com os eventos de 2006: o uso do terror como arma política, a exploração de vulnerabilidades na segurança pública e a disseminação do medo por meio de mensagens atribuídas a grupos criminosos.
O secretário de Segurança Pública, coronel Felipe Bernardo Vital, conhecido como Coronel Vitla, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Regis Braguin, o Coronel Braguin, afirmaram em uníssono que "a mão do Estado vai pesar sobre os criminosos". A presença ostensiva das forças de segurança no Orgulho do Madeira e a captura de um dos suspeitos do assassinato do cabo Fábio Martins são demonstrações da rápida resposta governamental.
Ainda assim, o cenário de insegurança foi suficiente para alimentar o discurso político de adversários da gestão estadual. Críticas à administração do governador Marcos Rocha ganharam eco em setores oportunistas que exploram tragédias para atacar políticas públicas. Essa "politicagem do caos", como foi apelidada, ecoa as acusações de inércia feitas ao então governador de São Paulo, Cláudio Lembo, em 2006.
A experiência de São Paulo em 2006 demonstrou que a violência organizada exige não apenas força, mas também inteligência estratégica para desarticular as estruturas das facções. Em Rondônia, o desafio está em impedir que os ataques recentes se tornem um precedente para novos episódios de violência.
Apesar dos paralelos históricos, o governo estadual tenta manter o controle da narrativa. A população pode confiar nas forças de segurança. Elas estão trabalhando para trazer paz e justiça. Essa é a tônica da postura da dupla Vital-Braguin.
Os ataques recentes em Rondônia expõem a resiliência das facções criminosas e a complexidade de combatê-las sem alimentar discursos de medo e oportunismo político. A resposta imediata das forças de segurança foi um alento, mas a situação exige vigilância contínua e o apoio irrestrito da sociedade àqueles que colocam suas vidas em risco para defender o bem comum.
Assim como em 2006, a solução passa por reforçar o sistema de segurança pública, desarticular lideranças criminosas e impedir que narrativas oportunistas enfraqueçam a confiança no Estado.
A turma do "quanto pior, melhor" deve cair junto com os assassinos e terroristas, pois, em última análise, a sociedade ainda acredita na força e na determinação das instituições que trabalham para protegê-la.
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