Herbert Lins
Publicada em 21/01/2025 às 09h40
COLUNA FALANDO SÉRIO: EUA deseja voltar a dar as cartas no jogo geopolítico e geoeconômico do mundo
Prof. Herbert Lins – DRT 1143
21/01/25 – terça-feira
CARO LEITOR, nos últimos anos, uma das grandes questões que estudiosos da geopolítica e da geoeconomia discutem sobre o papel desempenhado pelo Estado-Nação diante do crescente processo de globalização e da nova revolução conservadora. A História nos revela que, na década de 1980, Washington, capital dos EUA, comandou uma revolução conservadora no mundo, readquirindo, em parte, a influência política e cultural perdida na década de 1970, porém, a economia continuou em crise. Tanto que Ronald Reagan (Republicanos) se comportou como um liberal em política e um estadista em economia para recriar um ambiente de “anos dourados” semelhante ao período de 1945 a 1970 vivido no país. Na década de 1990, o Departamento de Estado dos EUA passou, então, a implementar uma política externa agressiva e intervencionista em quase todas as regiões do mundo, consubstanciada naquilo que se resolveu chamar de “Consenso de Washington” no sentido de barrar o crescimento econômico dos países emergentes. Para tanto, serviu-se do Pentágono e da CIA, que inclusive remodelaram a sua estratégia militar e de inteligência respectivamente. Neste caso, já não mais para uma guerra global, mas sim para invasões rápidas e conclusivas, mediante interesses econômicos nas economias emergentes. Os ventos mudaram, os EUA não conseguem sozinhos definir unilateralmente as regras do jogo geopolítico e geoeconômico do mundo. Com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, adotando o estilo Ronald Reagan, tentará fazer com que o seu país volte a dar as cartas ou redefinir as regras do jogo.
Frear
O jogo de interesses dos EUA em frear o crescimento das economias emergentes, instalou-se uma verdadeira política de “terror do Estado” contra o Iraque, Somália, Líbano, Líbia, Sudão, Panamá, Iugoslávia, apoio a golpes parlamentares em países na América do Sul - Paraguai, Brasil e Bolívia, e mais recentemente, Ucrânia, Congo, Iêmen e Mianmar.
Unipolaridade
O movimento geopolítico e geoeconômico dos EUA, ao longo de várias décadas, contribuiu para um estado de desordem global, vinculado a uma agenda mais ampla que visa estabelecer e manter a unipolaridade. Quando analisamos o cenário geral, descobrimos um mundo cada vez mais desigual, com um mercado de armas em expansão, conflitos e estruturas de governança global fracassadas.
Discurso I
As promessas do discurso de posse de Donald Trump (Republicanos) merecem ser analisadas ao longo da semana, principalmente os decretos por ele assinados nos primeiros minutos como presidente dos EUA. Inclusive pautas geopolíticas, conservadoras e do meio ambiente.
Discurso II
No discurso, Donald Trump (Republicanos) falou nos grandes problemas que afligem milhões de cidadãos estadunidenses: como falta de moradia, saúde, emprego, educação, cor, fronteira, imigração, sexualidade, drogas, autismo e outros, inclusive, implicitamente disse que não seria tão fácil de resolvê-los, em especial, os problemas do estado profundo dos Estados Unidos.
Gênero
O presidente Donald Trump (Republicanos) quando diz no seu discurso que a “política oficial do governo dos Estados Unidos passará a considerar apenas dois gêneros: masculino e feminino”, ele esquece que o tema da orientação/opção sexual não se resolve numa canetada.
Sexualidade
A sexualidade é um tema de caráter eminentemente pessoal. Ninguém, nem religião e nem os Estados-nação, tem o direito de decidir sobre a vida pessoal das pessoas. Mas, como é pessoal, os seres humanos não devem extrapolar a sua esfera de convivencia em sociedade.
Woke
Quem me segue e acompanha a coluna sabe que sou contra a “Agenda Woke”, portanto, considero que os Democratas também exageraram na cultura woke. Quem é homossexual, bissexual, pansexual, lésbica e outros, não vai deixar de ser porque Donald Trump ou qualquer outro ser humano não quer que seja. As pessoas continuarão vivendo com sua orientação/opção sexual.
Pauta
O cristianismo influenciou o Ocidente, mas pouco os ensinamentos de Jesus parecem influenciar, temos negligenciado seus fundamentos. A onda conservadora de extrema-direita precisa compreender que a orientação/opção sexual não fazia parte da pauta de Jesus. Isso é uma falsa questão e ficará para uma próxima coluna.
Bandeira
Por falar em cristianismo, na posse do presidente Donald Trump (Republicanos), não observei nenhum evangélico nos EUA segurando ou líder político estadunidense carregando, nem mesmo Trump, com a bandeira de Israel. Será que eles têm noção do que isso representa ou viraram antissemitas?
Golfo
Na cerimônia de posse no Capitólio, a ex-primeira dama dos EUA e Chefe do Departamento de Estado, Hillary Clinton (Democratas), foi flagrada por fotógrafos e cinegrafistas morrendo de ri quando o presidente Donald Trump (Republicanos) falou que vai mudar o nome do “Golfo do México” para “Golfo da América”. Acredito que Trump faltou às aulas de Geografia ou quis ganhar holofotes.
Nazista
Quem também roubou a cena na posse do presidente Donald Trump (Republicanos) foi o dono da Tesla, Elon Musk, saudando o público presente com gesto que lembra uma saudação nazista sem nenhum constrangimento. Algumas pessoas na rede social e pessoalmente afirmaram que era falso, mas não é possível que tanta gente queira normalizar, em pleno século XXI, o absurdo de atrocidades que marcou a história da humanidade.
Vexame
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e a ex-primeira dama Michele Bolsonaro foram barrados na posse do presidente Donald Trump (Republicanos) no Capitólio. Nem adiantou tanta produção para passar vergonha alheira e virar motivo de chacota nas redes sociais.
Opinar
Em mensagem à coluna e oportunidade de opinar, o leitor fez questão de frisar que mesmo sem diárias, os deputados federais Fernando Máximo (União Brasil) e Coronel Chrisóstomo (PL) viajaram aos EUA para “posse de Trump” com dinheiro do contribuinte, ou seja, o salário pago pelo contribuinte.
Hospital I
Para o leitor da coluna, os deputados federais Fernando Máximo (União Brasil) e Coronel Chrisóstomo (PL) deveriam estar fazendo gestão para unir a Bancada Federal, Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Governo de Rondônia, Prefeitura de Porto Velho e a Reitoria da Universidade Federal de Rondônia, para construir o Hospital Universitário.
Hospital II
Falando em Hospital Universitário, o comando de greve da Unir rejeitou a entrega do Hospital Universitário e pediu a saída do reitor Januário Amaral. Vale lembrar que a Unir teve quatro reitores depois da renúncia de Januário e não conseguiu entregar à comunidade acadêmica o departamento de Arqueologia, o Teatro e o Hospital Universitário.
Mentira
Segundo o perfil humorrondoniense no Instagram, a influencer de Cacoal, Michele Andrezza, se pronunciou sobre o suposto caso de extorsão envolvendo um deputado estadual mediante escândalo sexual. Ela disse que não passa de mentira, portanto, polêmica encerrada.
Assassinos
A coluna parabeniza os policiais envolvidos na operação que resultou na prisão dos assassinos do Cabo PMRO Fábio Martins no dia de ontem (20). Vale lembrar que o crime aconteceu no último dia 12 no condomínio Orgulho do Madeira, na zona Leste da capital de Rondônia.
Falta
Conforme as investigações da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Contra o Patrimônio, os acusados que foram identificados e presos tiveram participação direta na execução do policial. Entretanto, ainda falta prender outros meliantes envolvidos no crime.
Nepotismo
Ontem (21), em visita à sede da SEMDESTUR a convite do ex-vereador Aleks Palitot, me inteirei dos programas e políticas públicas da pasta. Inclusive, o mesmo me informou que haveria inversão das cadeiras com Paulo Moraes Júnior devido às decisões do STF e recomendação do TCE-RO quanto à tese do nepotismo.
Mudança
De acordo com a mudança já publicada em Diário Oficial, Paulo Moraes Júnior, irmão do prefeito Léo Moraes (Podemos), que ocupava o cargo de Secretário Adjunto, foi nomeado Secretário titular da SEMDESTUR. Já Aleks Palitot,até então secretário titular, passou a exercer a função de Secretário Adjunto.
Palanque
Na visita à SEMDESTUR, tive um encontro a princípio ácido com Paulo Moraes Júnior, meu ex-colega de assessoria parlamentar na Assembleia Legislativa. Mas conversamos com urbanidade e civilidade, ouvi o seu desabafo e apresentei minhas desculpas por alguns posicionamentos na coluna em relação ao pleito eleitoral municipal recente. Contudo, desarmamos o palanque eleitoral.
Sério
Falando sério, os EUA, embora sejam ainda a grande potência militar do mundo, já não conseguem definir unilateralmente as regras do jogo geopolítico e geoeconômico do mundo, como o faziam durante os “anos dourados”. Portanto, repito, são um poder hegemônico em decadência.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2025/01/gesto-de-musk-lembra-saudacao-nazista-influencer-nega-caso-com-deputado-e-leitor-questiona-politicos-de-rondonia-na-posse-de-turmp,208918.shtml