G1
Publicada em 23/01/2025 às 10h46
Mariann Edgar Budde, que comanda a diocese episcopal de Washington, deu uma série de entrevistas nesta quarta (22) depois que Donald Trump foi às redes sociais criticá-la por sermão que viralizou e a tornou alvo de ataques.
Mariann Edgar Budde, a bispa de Washington que chamou atenção ao fazer um apelo por "misericórdia" ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu uma série de entrevistas nesta quarta-feira (22) para falar da enorme repercussão de seu discurso e também da reação negativa expressa por ele em uma rede social.
Em um post da plataforma Truth Social, Trump chamou a religiosa de "hater" e "radical de esquerda", e exigiu que ela peça desculpas pelo que falou.
Mariann, que se tornou alvo de ataques de apoiadores do presidente, negou que vá se desculpar com ele, mas garantiu que não o considera "um inimigo".
"Eu não odeio o presidente e rezo por ele. Não sinto que haja necessidade de me desculpar por um pedido de misericórdia", afirmou em entrevista ao programa de notícias "All Things Considered", da rede NPR.
Mariann também conversou com a apresentadora Joy Behar no programa "The View", da rede de TV americana ABC e foi apresentada por ela como "mais corajosa do que qualquer pessoa no Congresso". Ela disse que tentou passar sua mensagem da forma "mais respeitosa e gentil possível" e minimizou os ataques que vem recebendo.
"Eu estava tentando combater a narrativa que é tão, tão divisiva e polarizadora e na qual pessoas, pessoas reais, estão sendo prejudicadas. Estamos em um clima hiperpolítico. Uma das coisas que eu alerto é a cultura de desprezo em que vivemos, que imediatamente corre para as piores interpretações possíveis do que as pessoas estão dizendo e as coloca em categorias... Isso faz parte do ar que respiramos agora", lamentou.
À agência de notícias Associated Press, a bispa afirmou que já havia percebido que o presidente americano não havia recebido bem suas palavras ao não receber qualquer palavra ou olhar dele quando finalizou o serviço.
"Tentei fazer contato visual com as pessoas e sorrir, mas não recebi muitos sorrisos", relembrou.
Ela também contou que vem se mantendo afastada das redes sociais e falou que a retórica adotada por seus críticos é exatamente o que queria evitar com a mensagem de unidade que pregou:
"Eu esperava abordar essa cultura de desprezo de uma forma que dissesse que poderíamos ter um tipo diferente de conversa uns com os outros. Acredito que podemos discordar respeitosamente, expor nossas ideias e continuar a defender as convicções que nos foram dadas sem recorrer à violência do discurso".
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