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Publicada em 29/01/2025 às 15h54
O governo de Israel acusou, nesta quinta-feira (30), a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) de estar infiltrada por membros do Hamas e determinou a desocupação de seus escritórios em Jerusalém. Segundo o porta-voz do governo israelense, David Mencer, a agência abriga "centenas de funcionários" ligados ao grupo islâmico palestino, incluindo alguns envolvidos nos ataques de 7 de outubro de 2023.
"A UNRWA não é apenas uma organização humanitária, está repleta de membros do Hamas. Não são apenas os 19 que estão sendo investigados, são mais de 1.200 terroristas infiltrados", afirmou Mencer durante uma coletiva de imprensa. "Isso não é assistência humanitária, é financiamento direto ao terrorismo", acrescentou.
A decisão de Israel recebeu apoio dos Estados Unidos. De acordo com a embaixadora interina dos EUA na ONU, Dorothy Shea, a medida foi classificada como "soberana", e Washington reforçou que a UNRWA "nunca foi a única opção para assistência humanitária".
A crise envolvendo a agência da ONU se intensificou após Israel acusar funcionários da UNRWA de envolvimento nos ataques conduzidos pelo Hamas no sul do país, que resultaram na morte de cerca de 1.200 pessoas e na captura de 250 reféns. Após essas acusações, países como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Japão suspenderam temporariamente suas doações à agência, impactando diretamente suas operações na Faixa de Gaza.
O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, alertou para as consequências dessa ofensiva contra a agência, afirmando que "o ataque implacável à UNRWA coloca em risco a vida e o futuro dos palestinos em todo o território ocupado". A ONU e diversos países membros também enfatizaram que não há alternativa imediata para substituir os serviços prestados pela agência, que assiste aproximadamente 5,9 milhões de palestinos.
A medida de Israel contra a UNRWA ocorre em meio às negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas. Um acordo temporário, iniciado em 19 de janeiro, prevê a libertação de 33 reféns israelenses em troca da soltura de centenas de prisioneiros palestinos, além da ampliação da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
A guerra, que já dura mais de 15 meses, resultou em um número elevado de vítimas. Segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, os bombardeios israelenses já causaram cerca de 47 mil mortes, a maioria civis.
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