Porto Velho, RO – Léo Moraes, do Podemos, completa um mês à frente da Prefeitura de Porto Velho sob intensa cobrança popular, especialmente em relação aos alagamentos, uma de suas principais bandeiras de campanha. Nos primeiros dias de gestão, uma forte chuva fez a cidade enfrentar novos pontos de inundação, reforçando as críticas sobre o problema crônico. No entanto, menos de um mês depois, um dos locais mais afetados historicamente – o cruzamento da Avenida Rio Madeira com a Avenida Rio de Janeiro – não alagou após uma tempestade, gerando surpresa e um elogio indireto da página de humor “Humor em PVH”, que publicou em 26 de janeiro: “Vivi pra ver a Av. Rio Madeira com a Av. Rio de Janeiro sem alagar depois de uma chuva. Milagre existe!”
Embora fosse humanamente impossível resolver um problema estrutural complexo em tão pouco tempo, a postagem evidenciou a expectativa gerada pelo próprio discurso eleitoral, que se transformou em resultado prático em pouco tempo. Em resposta, Léo Moraes defendeu as ações emergenciais já iniciadas: “Obrigado a todos. Estamos ainda com um trabalho de limpeza e construção de uma rede de drenagem aí próximo em andamento. O primeiro passo já foi dado e tem sido trabalhado diariamente, mas contamos com a colaboração da população”.
A mensagem do prefeito demonstra que há uma estratégia de comunicação clara: prestar contas em tempo real e reforçar a necessidade de engajamento da sociedade. Esse é um dos pontos positivos de sua gestão até aqui. Nas redes sociais, Léo Moraes se apresenta como um gestor próximo, disposto a dialogar e a explicar as medidas adotadas. A humanização da figura do chefe do Executivo municipal é um diferencial importante e reforça o comprometimento com uma administração transparente.
Além disso, Porto Velho alcançou um feito inédito na área ambiental. Em apenas um mês, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA), sob comando do advogado Vinícius Miguel, zerou o estoque de licenças ambientais pendentes. A força-tarefa, que incluiu mutirões especiais, vistorias técnicas em todos os turnos e a reorganização de fluxos internos, garantiu a agilidade na emissão dos documentos. Segundo o engenheiro ambiental Renato Muzzolon Jr., “modernizamos processos, incluímos tecnologia e priorizamos o diálogo com a sociedade”. Léo Moraes destacou a importância da medida: “Porto Velho está aberta ao progresso, mas com respeito às normas ambientais”. A conquista mostra que, com organização e planejamento, é possível transformar gargalos administrativos históricos em avanços concretos.
No entanto, há questões sensíveis que exigem atenção. A coluna Falando Sério, do jornalista Herbert Lins, levantou um ponto que, se verdadeiro, resgata a política do toma lá, dá cá — um modelo que a sociedade há tempos tenta repelir. Segundo Lins, a governabilidade da gestão Léo Moraes na Câmara teria sido garantida por meio da distribuição de cargos, em diferentes níveis de influência, para vereadores. O arranjo, ainda que dentro da legalidade e sob moldes republicanos, levanta o debate sobre moralidade e autonomia do Legislativo. A Câmara, como órgão fiscalizador, precisa manter sua independência para evitar um cenário de complacência.
Por fim, a gestão Léo Moraes tem se mostrado ativa ao buscar engajamento popular para a preservação da cidade. Ao pedir que a população não jogue lixo nas ruas e respeite áreas recém-consertadas pela prefeitura, o prefeito estimula o senso de pertencimento e reforça a ideia de que a cidade é uma construção coletiva. Se mantiver esse ritmo, com respostas rápidas e ações concretas, Léo tem tudo para realizar uma grande administração. A energia demonstrada neste primeiro mês precisa ser sustentada ao longo do mandato para que os desafios estruturais de Porto Velho, como os alagamentos, não sejam apenas promessas de campanha, mas compromissos efetivamente cumpridos.
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