Rondoniadinamica
Publicada em 05/03/2025 às 10h28
Porto Velho, RO – O senador Marcos Rogério (PL-RO) criticou duramente o modelo de concessão da BR-364 durante entrevista concedida a uma emissora de rádio. Segundo ele, o pedágio imposto pelo governo federal será o mais caro do Brasil, sem contrapartida proporcional em obras de infraestrutura para o estado de Rondônia.
“Claramente, para quem está me ouvindo aqui entender, de novo, eu não sou contra o modelo de concessão. O modelo de concessão, quem iniciou lá atrás e com acerto foi o presidente Bolsonaro, nas ferrovias, nas rodovias. É um modelo que está dando certo em várias partes do Brasil. O problema aqui é como que o governo do PT está estabelecendo isso, o custo que está representando para o nosso usuário”, afirmou.
Marcos Rogério destacou que, segundo ele, a concessão prevê tarifas elevadas sem a realização de obras imediatas na rodovia. “Nós vamos ter o pedágio mais caro do Brasil e com o menor volume de obras do Brasil, ou seja, nós não temos obras aqui no início, não temos obras e teremos uma cobrança do imposto mais caro”, disse.
O parlamentar mencionou a posição da bancada federal de Rondônia sobre o tema, destacando que apenas um dos 11 representantes se manifestou favoravelmente à concessão: o senador Confúcio Moura (MDB-RO), único da bancada alinhado ao governo do presidente Lula (PT). “Agora, deixa eu ver, na bancada federal nós tivemos, de toda bancada, nós somos em 11. Nós somos em 11 parlamentares na bancada federal. Só tem um que ficou ao lado da concessão, ao lado do governo. Mas eu vou dizer para você, foi mais honesto do que o governador do Estado e a sua equipe, porque ele pelo menos teve posição”, declarou.
Marcos Rogério, inclusive, é o atual presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal em substituição a Confúcio Moura.
O senador questionou o silêncio do governo estadual sobre o assunto e afirmou que o impacto da concessão será sentido em diversos setores da economia. “Eu queria saber qual é a posição do Governo do Estado em relação à concessão. Até agora eu não vi manifestação. Quem é o político que pode ficar, ‘ah não, eu não tenho posição em relação a isso’? Peraí, é uma conta que está vindo para o bolso do consumidor, do usuário rondoniense, é uma conta que vai pesar no orçamento das famílias porque isso vai pressionar os preços dos alimentos, vai pressionar o preço dos medicamentos, vai impactar o agronegócio, porque vai ter mais custo para tirar a sua produção da roça, para levar para o porto, para transportar”, explicou.
Marcos Rogério afirmou que levará o tema para debate no Senado e que não pretende se omitir na discussão. “E aí você tem um Governo do Estado que aceita isso sem reclamar, sem se posicionar. Quando é que, assim, eu não vou me calar, Euclides. Então, hoje, eu estou numa posição de estar à frente de uma comissão do Senado. Olha que eu tenho que ter cuidado, porque eu não posso falar como presidente da comissão, eu defendo a pauta nacional. Agora, eu não vou misturar, obviamente, os assuntos, nesse caso eu atuo como senador da República e vou levar os temas para pautar lá. Sendo deliberado pelo colegiado, vai ser um tema da Comissão”, concluiu.
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