
Herbert Lins
Publicada em 18/03/2025 às 09h21
A lógica dos números estimados de manifestantes no ato pró-anistia dos envolvidos no movimento do 8 de janeiro.
CARO LEITOR, não foi uma, nem duas, mas centenas de mensagens que recebi por conta dos números estimados de manifestantes no ato pró-anistia dos envolvidos no movimento do 8 de janeiro que repliquei na coluna de ontem (17). Os números divulgados e as imagens no momento do discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) merecem uma historização em relação aos organizadores, Polícia Militar, DataFolha e monitor da USP. Contudo, até o ano de 2011, era praxe a imprensa divulgar as estimativas de público divulgadas pela Polícia Militar e organizadores de eventos de rua. Mas em 2012 mudou quando o DataFolha desenvolveu e divulgou um método para contar participantes envolvidos em eventos. O primeiro evento estimado pelo DataFolha foi a Marcha para Jesus e a Parada Gay. Enquanto os organizadores falavam em 6 milhões e 4,5 milhões de participantes, respectivamente, o DataFolha estimava 335 mil e 270 mil. Foi um choque. Entre março de 2015 e março de 2016, o DataFolha estimou o público de 5 manifestações contrárias e um ato favorável à então presidente Dilma Rousseff (PT). Depois disto, o DataFolha, curiosamente, não divulgou estimativas de público de nenhum evento de rua. Restaram apenas as estimativas por parte dos organizadores, Polícia Militar e do monitor da USP.
Estimou
A Polícia Militar do Rio de Janeiro estimou mais de 400 mil manifestantes no ato pró-anistia dos envolvidos no movimento do 8 de janeiro em Copacabana no domingo (16). Vale lembrar que a PMRJ, até então, jamais divulgou uma estimativa própria de público presente em atos políticos, muito menos em rede social, diferentemente do que faz a Polícia Militar de São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais, Bahia e outras.
Método
Como a PMRJ chegou ao número de 400 mil manifestantes no ato pró-anistia dos envolvidos no movimento do 8 de janeiro em Copacabana no domingo (16)? Com qual método? Por que neste evento micado? Como foi feito o cálculo? Acredito que jamais saberemos ao certo.
Monitor
O Monitor Digital da USP começou a medir as multidões em agosto de 2022, com um diferencial na metodologia: o uso de imagens aéreas e software de contagem de pessoas. O método do Monitor da USP é por meio do levantamento estático no pico do evento, ou seja, leva em consideração as fotos do momento em que a aglomeração tem a maior extensão.
Estimou
Em 2024, organizadores da Parada Gay de São Paulo falavam na participação de 3 milhões de pessoas. Daí o Monitor da USP estimou pouco mais de 73 mil pessoas. Número contestado pela diretoria da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP).
Histórico
O Monitor da USP estimou em 18 mil pessoas contra 400 mil pessoas estimadas pela PMRJ no ato pró-anistia dos envolvidos no movimento do 8 de janeiro em Copacabana no domingo (16). O Monitor foi lançado há três anos, mas tem apenas 14 contagens no histórico. Em ambos, falta um histórico mais amplo e comparável, principalmente nos eventos recorrentes como a Marcha para Jesus.
Organizadores
No tocante aos organizadores, como esperado, eles gostam de se gabar com números grandiosos, na casa de centenas de milhares ou até alguns milhões - sem ter equipe capacitada e muito menos ponderada o suficiente para fazer a estimativa de público presente.
Confrontados
Os organizadores destes grandes eventos nadavam de braçada com uma imprensa conivente e pouco investigativa até 2011 - quando passaram a ser confrontados pelo Monitor da USP e pela Inteligência Artificial – IA, com os exageros absurdos por eles inventados. A mídia passou a incomodar, primeiro o DataFolha, agora o Monitor da USP.
Luana I
A primeira-dama, Luana Rocha, que responde pela Secretaria de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social (SEAS), durante o lançamento do Programa Vencer do Governo de Rondônia no município de Vilhena, admitiu que entrará na disputa por uma cadeira na Câmara de Deputados. No pleito eleitoral de 2026, Luana tentará buscar o reconhecimento nas urnas dos rondonienses pelo trabalho que realiza frente à assistência social do governo do seu esposo, governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil).
Luana II
Luana Rocha deverá ser a segunda primeira-dama a conquistar uma vaga na Câmara de Deputados, caso eleita no pleito eleitoral de 2026. A primeira foi a ex-deputada Marinha Raupp (MDB). Vale lembrar que a ex-primeira-dama Marinha Raupp, filiada ao PSDB na época, deixou a sala de aula, disputou e ganhou um mandato eletivo de deputada federal no pleito de 1994.
Marinha I
Depois de eleita e empossada no cargo de deputada federal, Marinha Raupp licenciou-se do mandato de Deputada Federal na Legislatura 1995-1999, para exercer os cargos de Secretária Especial de Integração Regional e Assessoramento e Apoio Direto ao Governador do Estado de Rondônia.
Marinha II
Marinha Raupp ficou na Secretaria Especial de Integração Regional de 9 de janeiro a 22 de outubro de 1996. Em seguida, Marinha assumiu a pasta de Secretária Especial de Desenvolvimento Social do Estado de Rondônia, de 2 de março a 2 de abril de 1998, ou seja, ficou apenas um mês e retornou ao mandato na Câmara de Deputados com a justificativa de que a forma de ajudar o governo Raupp era trazendo recursos de Brasília.
Ex-primeiras-damas
As ex-primeiras-damas Palmira Santana – esposa do governador Jerônimo Santana; Sandra Bianco – esposa do ex-governador José de Abreu Bianco; Maria Alice Moura – esposa do ex-governador Confúcio, e Ester Pereira – esposa do ex-governador Daniel Pereira, não assumiram a pasta de Assistência Social nos governos dos seus respectivos maridos. Palmira e Hélia não tinham cargo no governo, mas exerciam forte influência no governo dos respectivos maridos.
Cassol
A ex-primeira-dama Ivone Cassol – esposa do ex-governador Ivo Cassol – exerceu um papel importante na ação social durante o governo do marido, mas não assumiu a Secretaria de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social (SEAS). No pleito de 2014, concorreu à vaga ao Senado, mas ficou em terceiro lugar.
Cahulla
Já a ex-primeira-dama Marly Cahulla – esposa do ex-governador João Cahulla – assumiu a Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) durante o governo do marido, mas nunca se lançou numa disputa a cargos eletivos. Ele fez como Cahulla, se sentiu com o dever cumprido e se recolheu da vida pública.
Pontes
Ontem (17), circulou nas redes sociais a notícia do aumento do nível das águas dos rios Madeira e Araras transbordando sobre a lendária ponte de ferro da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré – E.F.M-M., que por muitos anos, ligava por trem, automóveis e caminhões, Porto Velho aos municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim.
Retomada
Em fevereiro de 2023, o deputado estadual Alan Queiroz (Podemos) e o deputado federal Maurício Carvalho (União Brasil) – esse último, como líder da Bancada Federal – estiveram na sede do DNIT em Brasília, pleiteando a retomada das obras de conclusão das pontes de concreto da BR. 425 sobre os rios Arara e Ribeirão em Nova Mamoré, que estavam paralisadas.
Evitou
O DNIT, provocado pelo deputado estadual Alan Queiroz (Podemos) e o deputado federal Maurício Carvalho (União Brasil), retomou as obras das pontes de concreto da BR. 425 sobre os rios Arara e Ribeirão, com isso, evitou possíveis isolamentos e transtornos aos motoristas, como antes era com o tráfego de automóveis e caminhões pelas pontes de ferro da E.F.M-M, no período de rigoroso inverno amazônico.
Registro
Vale dois registros históricos. O ex-deputado estadual Jair Montes (Avante) foi à sede do DNIT em Brasília acompanhado da ex-deputada federal Mariana Carvalho (União Brasil), para defender a execução da emenda parlamentar do ex-deputado federal Miguel de Sousa (PL) para construção do Porto Fluvial de Guajará-Mirim.
Retomada
Iniciadas as obras de construção do Porto Fluvial de Guajará-Mirim, em seguida, foram paralisadas devido à pandemia da Covid-19. Mas, em fevereiro de 2023, o deputado estadual Alan Queiroz (Podemos) e o deputado federal Maurício Carvalho (União Brasil), na mesma agenda no Dnit em Brasília para tratar da retomada das obras das pontes do Araras e do Ribeirão na BR. 425, pleitearam a retomada das obras e conclusão do referido porto, o que foi feito também pelo DNIT.
Inaugurado
Vale lembrar que as obras do Porto Fluvial de Guajará-Mirim foram concluídas em dezembro de 2022. Em agosto de 2023, o Porto que fica na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, com a presença do ministro dos Transportes Renan Filho (MDB), foi oficialmente inaugurado, permitindo o transporte fluvial de embarques e cargas pelo rio Mamoré.
Líder
O partido Avante indicou o vereador Zé Paroca como líder da legenda no âmbito da Câmara Municipal de Porto Velho. Paroca tem se destacado na defesa do empreendedorismo e na geração de emprego e renda para os jovens da capital.
Alimentação
O Projeto de Lei nº 453, de autoria da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Jaru, criou um auxílio-alimentação de R$ 1.200 para os vereadores. A medida gerou indignação da população local e dos servidores públicos municipais que recebem apenas R$ 250,00 de auxílio para o mesmo fim.
Protestos
A criação do auxílio-alimentação pelos próprios vereadores de Jaru gerou repercussão e levantou debates sobre a diferença entre o valor aprovado e a realidade enfrentada por muitas famílias jaruenses, que trabalham para garantir o básico no dia a dia. Em face disso, populares levaram cestas básicas para os vereadores na Câmara Municipal de Jaru em um ato simbólico de protesto que viralizou nas redes sociais.
Sério
Falando sério, a Polícia Militar do Rio de Janeiro, tradicionalmente, nunca divulgou números de participantes de eventos políticos. Contudo, o comandante da PMRJ estimou um público de 50 mil pessoas, bem acima do número oficial de 18 mil divulgado pelo Monitor USP. Mas o governador Cláudio Castro (PL), para salvar a micagem do ato, ordenou a divulgação da estimativa de 400 mil pessoas no ato pró-anistia dos envolvidos do 8 de janeiro, realizado no domingo (16) em Copacabana.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2025/03/discrepancia-nas-contas-do-ato-bolsonarista-luana-quer-ser-deputada-e-protesto-contra-vereadores-em-jaru,213011.shtml