
Assessoria SINPRO/SINTEEP-CUT.
Publicada em 19/03/2025 às 08h10
Na última quinta-feira (13) na sede do sindicato patronal SINEPE, que representa as faculdades e escolas particulares, foi realizada a terceira rodada de negociação com os sindicatos de trabalhadores SINPRO, representando os colaboradores das faculdades, e SINTEEP, que representa a categoria das escolas particulares. A proposta apresentada até o momento pelos patrões foi decepcionante e considerada inaceitável pela diretoria dos sindicatos; principalmente considerando que nas escolas particulares houve um aumento médio nas mensalidades de 7% e nas faculdades de 6%; sendo que a inflação medida pelo INPC-IBGE foi de 4,8%.
A proposta patronal, que os dirigentes sindicais consideraram como um “verdadeiro pacote de maldades” contempla um reajuste de apenas 3%, muito inferior à inflação e ainda assim parcelado em duas vezes, sendo 1,5% em julho e 1,5% em outubro. Em relação ao auxílio alimentação a proposta é ainda pior, pois apesar de proporem a reposição de 4,8% do INPC, os patrões querem impor um grande retrocesso, que é fracionar o valor do auxílio alimentação, atualmente de R$ 325,00 nas faculdades e R$ 190 nas escolas e creches, para ser proporcional à jornada de cada colaborador, sendo que atualmente o valor é igual para todos, o que foi considerado inaceitável pela representação sindical dos trabalhadores.
A reivindicação inicial dos trabalhadores apresentadas pelo SINPRO/SINTEEP foi de 12% de reposição salarial, considerando as enormes perdas dos últimos anos e um aumento no auxílio alimentação para R$ 385,00 nas faculdades, o que representa um reajuste de 18,4% e de R$ 250,00 nas escolas particulares, representando um reajuste de 31,5%. O reajuste diferenciado, maior no benefício para as escolas particulares faz parte da estratégia de equiparação gradual do valor entre segmentos da categoria.
Nesta quarta-feira (19) ocorrerá a quarta rodada de negociação e os sindicatos SINPRO e SINTEEP vão informar ao SINEPE que em consulta virtual por amostragem a proposta patronal teve ampla rejeição por parte da categoria, o que é um indicativo de que não será aprovada em assembleia pela categoria, a não ser que ocorra uma melhora significativa. Apenas 3% de reajuste salarial, ainda assim parcelado em duas vezes, e fracionar o auxilio alimentação de acordo com a jornada, o que causará redução significativa de valores para um grande segmento da categoria, está sendo considerada uma verdadeira afronta, não só pelos dois sindicatos de trabalhadores, mas também pela maioria da categoria.
O presidente do SINPRO, Professor Luizmar Neves, avalia que se não houver uma melhora na proposta patronal nesta quarta rodada de negociação não restará alternativa ao SINPRO/SINTEEP que não seja iniciar imediatamente atividades de mobilização com a categoria, como manifestações e paralisações parciais; bem como, requerer uma mediação pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE); após esta fase, possivelmente os sindicatos irão propor a realização de uma greve, o que provocaria a instauração imediata de um Dissídio Coletivo de Greve no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Normalmente decisão da Justiça do Trabalho não é o melhor caminho, o que só deve ser buscada no caso de impasse insuperável na negociação.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2025/03/impasse-nas-negociacoes-entre-sinpro-sinteep-e-faculdades-escolas-particulares-podera-causar-greve,213086.shtml