Porto Velho, RO – O perito criminal Rildo Silveira atua no caso Nicolas Naitz há mais de um ano levantando informações e juntando peças do quebra-cabeça a fim de provocar novas diligências relacionadas ao desaparecimento da criança.
No último dia 22 de maio, dia e mês do nascimento do bebê Nicolas, tragicamente a mesma data de seu sumiço repentino, o caso completou exatos cinco anos sem solução derradeira.
Desde aquele trágico quinto mês de 2014, Marciele Naitz Sampaio Pereira, mãe da criança, busca informações sobre o paradeiro do primogênito.
O site de notícias Rondônia Dinâmica publicou reportagem especial no ano passado esviscerando minúcias acerca de uma linha de investigação não aprofundada pela Polícia Civil (PC/RO), que encerrou o caso alegando que o bebê faleceu em uma maternidade privada da Capital. Logo em seguida, ainda de acordo com essa versão dos fatos, Nicolas teve o corpo incinerado por engano após ser levado para o Hospital de Base Doutor Ary Pinheiro, também situado à Capital.
A versão alternativa, não investigada, diz respeito a um moto-boy - não identificado até hoje - que andou nos corredores do hospital particular onde o bebê esteve internado logo após o nascimento.
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O promotor de Justiça Alan Castiel Barbosa não concordou com o desfecho, desarquivando o inquérito, encaminhando-o de volta à PC/RO e determinando novas diligências.
De lá para cá, a luta de Marciele Naitz foi mantida. Ela conseguiu, por exemplo, que a Assembleia Legislativa (ALE/RO) aprovasse a Lei Nicolas Naitz, dispositivo legal instituído para a preservação da memória de crianças e adolescentes no âmbito estadual.
Além disso, em encontro intermediado pelo deputado federal Lúcio Mosquini (MDB), a mãe do bebê conversou pessoalmente com a ministra Damares Alves, titular da pasta da Mulher, Família e dos Direitos Humanos na gestão Jair Bolsonaro (PSL).
Damares garantiu envolvimento das instituições federais no caso à ocasião do encontro.
O papel de Rildo Silveira
Paralelamente, o investigador Rildo Silveira, que atua gratuitamente a procura de informações, condensou tudo o que descobriu em um dossiê acerca do caso Nicolas Naitz.
Silveira, o perito criminal ítalo-brasileiro, repassou essas informações à Polícia Federal (PF) e ao Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID), órgão do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
Na última segunda-feira (16), seu ato mais recente, foi protocolar pedido no Ministério Público Federal (MPF) fluminense a fim de que o órgão investigue o caso como “tráfico de crianças” cuja finalidade, segundo o especialista, pode ter sido a adoção ilegal ou mesmo tráfico de órgãos.
Ele aproveitou para agredecer à Polícia Federal do Rio de Janeiro em nome da delegada Paula Mary Reis de Albuqueque.
"Precisamos ser justos e agir com correição sempre. A Polícia Federal foi imprescindível. Aliás, faço questão de agradecer à instituição inteira em nome da delegada Paula Mary Reis de Albuqueque, que me orientou da melhor maneira possível a fim de que eu pudesse juntar todas as peças desse caso e direcioná-lo objetivamente aos órgãos responsáveis. A doutora Paula Mary é chefe da Polícia Federal e, desde 2018, passou a contribuir com a minha investigação, corroborando sobremaneira com o caso. Ela é a nossa primeira referência no combate aos crimes contra crianças e adolescentes", declarou Silveira.
A Divisão Criminal Extrajudicial (DICRIMEX) da Procuradoria da República no Rio já encaminhou a demanda à coordenadora Criminal, a procuradora Carmen Sant"Anna, apontando a existência de dois procedimentos em trâmite no Estado de Rondônia.
Fora solicitado que o expediente criado por Rildo Silveira fosse encaminhado à análise prévia “por parte do Ofício atuante na PR-RO”.
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