Rondoniadinamica
Publicada em 07/09/2019 às 11h09
Errata - onde se vê e lê Israel Xavier, leia-se Israel Trindade.
Porto Velho, RO – Se tomássemos vários exemplos Brasil afora para pegar como ponto de partida a fim de analisar o contexto político de Porto Velho, teríamos, de antemão, grupos dissidentes em relação às concepções apregoadas tanto pelo presidente da República Jair Bolsonaro quanto através do governador Coronel Marcos Rocha, ambos eleitos pelo PSL em 2018.
Regionalmente isso também ocorre. Entretanto, justamente em decorrência das votações expressivas da dupla, especialmente no segundo turno, eventuais postulantes aguardam pacientemente com a cabeça dentro do casco apenas observando o comportamento do eleitorado.
Conhecendo possíveis reações adversas de quem ainda apoia com unhas e dentes o ideário dos liberais, homens e mulheres que já se veem sentados na principal cadeira do Palácio Tancredo Neves no lugar de Dr. Hildon Chaves (PSDB), de maneira tanto quanto sensata, aguardam os tropeços institucionais do atual prefeito e também dos mandatários do Palácio Rio Madeira e do Alvorada.
E é por isso que a sensação atual é a de tabuleiro esvaziado, quando, na realidade, o que se costura nos bastidores é um jogo de xadrez praticamente sem espaços para movimentos.
Em 2020, existe a possibilidade de nos depararmos com o pleito mais plural da história da Capital, com expoentes de tudo quanto é espectro político; da esquerda, passando pelo centro e desbocando à direitíssima – esta ainda em voga.
Portanto, o leitor (a) pode esperar com a ansiedade própria do período grandes embates, inclusive internos via prévias. Por exemplo: no PSL de Bolsonaro e Coronel Marcos Rocha, os deputados Eyder Brasil e Coronel Chrisóstomo, respectivamente estadual e federal, têm interesses escrachados em concorrer. Qual deles, afinal, terá o fuzil maior? Qual dos dois, no fim das contas, apresentará o maior calibre? Quem entre eles é mais amigo do presidente? E de Marcos Rocha, qual está mais próximo?
Tirando essa turma, Hildon Chaves tentará a reeleição; Léo Moraes, do Podemos, também está no fronte; o ex-prefeito e atual deputado federal Mauro Nazif (PSB) quer uma nova chance; Vinícius Miguel, ex-Rede e atual Cidadania, irá descobrir se sua performance será a mesma de 2018 em Porto Velho; e Hermínio Coelho, ex-deputado, deve se lançar pelo PV.
E ainda temos os embalados Edgar do Boi, vice-prefeito, no repaginado partido Democracia Cristã (DC); a vereadora Cristiane Lopes (PP); o neófito Fabrício Jurado, agora pelo DEM de Marcos Rogério; a comunista Ellis Regina – e há quem diga que possa ir para o MDB, embora não haja confirmação, e até o ex-vereador Cláudio da Padaria, que até ano passado estava no PTC. Isso sem contar a lenda Pimenta de Rondônia (PSOL) e talvez até Maurício Carvalho, também tucano, caso Hildon saia mesmo do ninho.
E o PT, hein? E o Lula? Enfim, o caso nas hostes dos trabalhadores é ainda mais complexo. Aqui, a legenda perdeu a força que teve outrora e está com a centelha quase extinta.
Informações recebidas pelo Rondônia Dinâmica dão conta de que o partido tem dois nomes: um deles é Israel Xavier [Trindade, na.verdade], o apadrinhado de Roberto Sobrinho, ex-prefeito “não digo nada, só observo”, e Ramon Cujuí, do grupo de Fátima Cleide, um ativista que visa ressuscitar a sigla e ser protagonista do cenário político.
Se Ramon quer ser candidato, por outro lado, a expertise de Sobrinho traz Trindade para ser coadjuvante, entendendo que o momento, de fato, é de se aquartelar atrás de um entre dois nomes: Nazif ou Léo Moraes, no caso.
De qualquer maneira, e talvez seja algo inusitado se compararmos ao passado, muitas pelejas eleitorais ocorrerão de maneira acirrada internamente e por questão de egos inchados. O embate posição versus oposição ficou sem segundo plano e terá papel mais significativo apenas no período pós-prévias.
E trazer essas contendas autofágicas à luz já significa o seguinte: 2020 começou.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2019/09/editorial-a-pouco-mais-de-um-ano-das-eleicoes-pretensos-candidatos-a-prefeitura-de-porto-velho-estudam-o-cenario-e-aguardam-com-a-cabeca-dentro-do-casco,55928.shtml