Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 28/12/2019 às 11h16
A transformação social de Porto Velho nas últimas décadas demonstra com transparência a decadência da moralidade, da decência, do respeito e o aumento permanente da violência, da criminalidade e da pobreza. O problema não está localizado, apenas na periferia da cidade, mas também na área central da capital.
Na década de 90 era possível dormir com as janelas abertas em Porto Velho. Hoje as famílias ficam trancadas em casa com cachorros, cerca elétrica, alarme, vigia de rua e são assaltadas, violentadas e até mortas. É a triste realidade.
Outro sinal que os problemas sociais não vão bem está relacionado ao número de pedintes nas ruas e avenidas de Porto Velho, que é enorme e aumenta a cada dia. Nos últimos meses devido à crise na Venezuela, que trouxe milhares de pessoas para Rondônia em busca de melhores condições de vida o problema se agravou.
Nos principais cruzamentos no centro e nas áreas de maior movimento, como as zonas Leste e Sul há pedintes em quantidade. Antes eram as pessoas idosas ou com deficiências físicas. Hoje o assédio nos semáforos é enorme, inclusive jovens mães e marmanjos com bebês ao colo enfrentando o sol escaldante da região, geralmente acima de 30 graus.
Outra questão séria, relacionada à pobreza e a marginalidade são os dependentes químicos, os drogados, que tomam conta de áreas movimentadas no centro da capital, principalmente em edificações fechadas, em grande parte devido a movimentação do tóxico, que afasta a população e inviabiliza os negócios. É comum por volta de 10h e 11h encontrar drogados dormindo nas portas de escritório, comércio, bancos, farmácias e outras atividades.
O antigo Terminal Rodoviário Urbano, às imediações do rio Madeira está ocupado por desocupados e drogados. A mesma situação ocorre nas praças do Baú onde está o Fórum e praça Jônatas Pedrosa, ambas a cem metros da prefeitura, hoje instalada no histórico Prédio do Relógio e com as vias entupidas de camelôs.
As calçadas da Avenida 7 de Setembro, que há tempos deveria ser um calçadão, pelo menos da Praça do Baú até o “Tudo Aqui” estão ocupadas desde o início na Avenida Presidente Dutra até a Avenida Marechal Deodoro pelos ambulantes que não respeitam os pedestres. Eles ocupam os dois lados das calçadas obrigando as pessoas a andarem em fila indiana ou pela pista da avenida correndo o risco de atropelamentos. E tem os cadeirantes, pessoas com dificuldades para andar e os idosos que são ignorados e prejudicados.
Como o transporte coletivo urbano na capital é péssimo os serviços paralelos são as opções dos usuários, que pagam um preço maior, porque precisam chegar ao trabalho. Na mesma 7 de Setembro o trânsito é estressante, pois os mototaxistas, táxi compartilhado e motoristas de aplicativos trafegam de forma lenta ao lado dos carros estacionados e assediam as pessoas a ocuparem seus serviços, inclusive parando em fila dupla para recolher passageiro.
O prefeito Hildon Chaves (PSDB) e sua equipe têm que encontrar um caminho para arrumar o centro de Porto Velho. É necessário encontrar meios e formas de atender os venezuelanos, que abusam na busca de ajuda e muitos usam bebês e crianças para sensibilizar as pessoas.
O centro da capital está caminhando para micro “Cracolândia”, como em São Paulo. A área precisa ser organizada com estacionamento regulamentado, retirada dos ambulantes das calçadas e colocando-os num shopping como já existe em várias outras capitais e cidades de porte, pressionar os detentores de imóveis abandonados na área, que são muitos e favorecem ações marginais e de abrigo para drogados, revitalizar as praças, dentre outras necessidades, ações que seriam mínimas num processo racional de civilidade.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2019/12/o-dificil-e-preocupante-momento-social-de-porto-velho,64300.shtml