Professor Nazareno
Publicada em 17/01/2020 às 15h36
Eu moro no Brasil, país de aproximadamente 215 milhões de habitantes. A esmagadora maioria sem leitura de mundo, sem instrução, sem conhecimentos, sem aceso a uma educação de qualidade e com pouquíssima visão da realidade. Muitos deles, analfabetos funcionais, mal compreendem o que conseguem, às duras penas, ler. A maioria não domina as quatro operações da matemática básica, não fala outro idioma além do dialeto do Português e não consegue se expressar de forma compreensível em Língua Portuguesa escrita. Mas muitos deles são eleitores e votam todos os anos que têm eleições. Por isso, não podem entender, por exemplo, o que foi o Nazismo, o Fascismo ou qualquer outro “ismo” da história da humanidade. Nunca ouviram falar do Holocausto, da Ditadura Militar, da Era Vargas ou de qualquer outro fato já conhecido.
E talvez por isso mesmo muitas autoridades desse atual “governo de tontos” estão passando dos limites com suas declarações monstruosas e absurdas como a do ex-secretário especial da cultura Roberto Alvim. Além de já ter sido sumariamente demitido, ele deveria ter sido preso por fazer apologia pública ao Nazismo. Só que no campo da ideologia, o governo Bolsonaro tem sido um desastre para o Brasil. Um governo que tem feito vergonha para todos nós no mundo inteiro. Mas isso não é de agora. Desde a campanha eleitoral, o “Bozo” tem-se destacado pelas declarações absurdas, monstruosas e toscas. E quase toda vez tem sido aplaudido efusivamente pelos seus semianalfabetos seguidores. O “Mito” foi homofóbico, misógino, racista, fascista, intolerante, preconceituoso e mesmo assim foi eleito com 57 milhões de votos.
Ou o “governo do descontrole verbal” e seus seguidores param imediatamente com estas declarações anômalas ou vai cair mais cedo do que se espera. O mundo dito civilizado não tolera mais nenhuma insensatez estúpida. Vivemos, pelo menos no Brasil de hoje, num mundo regido pela diversidade e não pelo maniqueísmo sem sentido. Um viés de esquerda não se pode combater com um viés de direita nem vice-versa. Penso aqui: como estão se sentindo agora muitos dos meus amigos professores de História que votaram nesta gente? Atacar ideologias, fazer acusações sem provas, disseminar o ódio e aprofundar ainda mais a divisão ideológica do país tem sido a tônica deste desgoverno que em vez disso, devia estar preocupado com os problemas mais graves do país. Os mais de 13 milhões de desempregados hoje querem comida e não ideologia para viver.
Jair Bolsonaro já elogiou um notório torturador, o coronel Brilhante Ustra, e foi ovacionado. Disse abertamente que a Ditadura Militar tinha que ter matado pelos menos umas 30 mil pessoas e recebeu efusivos aplausos e votos. Infelizmente quem aplaude essas coisas são ainda dois tipos de pessoas: os maus intencionados e os que, por absoluta ignorância, desconhecem o real perigo com o qual estão flertando. Infelizmente o pensamento de Roberto Alvim é o mesmo de muitos assessores que fazem parte deste governo que já foi acusado de ser um “governo de milicianos”. Depois do Nazismo, o mundo também não tolera as queimadas da Amazônia. E o governo do “Mito” incentiva as duas coisas. Viramos um vilão internacional. A impressão que se tem é que está faltando ainda muita gente deste “governo de destrambelhados” ainda ser demitida por causa de suas sandices. O Brasil agradece e o mundo respirará mais aliviado sem eles.
*Foi Professor em Porto Velho.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2020/01/professor-nazareno-escreve-fora-nazistas-toscos,65535.shtml