RFI
Publicada em 14/02/2020 às 16h21
O governo português anunciou nesta sexta-feira (14) a abertura de uma investigação, depois que a Venezuela acusou a empresa aérea portuguesa TAP de permitir que um familiar do opositor, Juan Guaidó, carregasse explosivos a bordo de um avião.
"Dadas as declarações das autoridades venezuelanas sobre violação de segurança em um voo de Lisboa", o ministro português do Interior abriu uma investigação "para determinar o que aconteceu", afirmou o Ministério em um comunicado.
Juan Márquez, tio de Guaidó, viajava com o sobrinho depois de uma turnê pelos Estados Unidos e pela Europa. Ele foi preso na chegada à Venezuela por portar explosivos ocultos em vários objetos, conforme relatou o líder chavista Diosdado Cabello.
Em seu programa na televisão estatal, Cabello, presidente da Assembleia Constituinte oficial que governa a Venezuela, assegurou que Márquez "trazia lanternas de bolso" escondidas e que "no compartimento das baterias, havia substâncias químicas de natureza explosiva, supostamente explosivo sintético C4".
O tio de Juan Guaidó também teria carregado explosivos em "cápsulas de recarga de perfumes", um "colete à prova de balas" e um pendrive escondido no controle remoto de um veículo, onde armazenava supostos "planos de ataque", acrescentou Cabello em seu pronunciamento na TV.
Cabello acusou a TAP de violar "padrões internacionais" por permitir o embarque de explosivos e ocultar a identidade de Juan Guaidó na lista de passageiros.
Durante uma viagem à Índia, o ministro das Relações Exteriores de Portugal, Augusto Santos Silva, afirmou que as acusações feitas pela Venezuela "não fazem sentido" e disse esperar que "este pequeno incidente seja rapidamente resolvido".
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