
Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 14/03/2020 às 10h51
O preço do combustível em Rondônia está ocupando seguidas vezes as manchetes do noticiário regional. Entra ano, passa ano e o processo, evidente, de cartelização continua, sem que s autoridades constituídas tomem as providências necessárias da prática do crime contra a economia popular.
O preço do barril do petróleo, em razão de divergências comerciais entre a Rússia e a Arábia Saudita caiu de forma significativa nas últimas semanas, mas no Brasil a gasolina e o diesel continuam com preços fora da realidade nacional. O coronavírus, que assusta o mundo limitou o consumo, porque estagnou a economia global, pois a tendência é de as famílias saírem de casa é cada dia maior. É o medo da morte, que é real.
Na última semana a Petrobras anunciou redução do litro da gasolina, que recuou em média 0,30% e do diesel em 0,58%, porém nas bombas dos postos de combustíveis de Rondônia o preço continua elevado. Em Porto Velho a maioria dos revendedores estão comercializando a gasolina comum a R$ 4,70 o litro, mesmo com a queda anunciada pela Petrobras nas refinarias durante a semana.
A mesma dinâmica no controle dos preços, quando eles são elevados, que no Estado é coordenado de forma opressiva pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo-Sindpetro, de Rondônia, não ocorre quando a situação é de queda. Quando se anuncia alta nas refinarias na sexta-feira, no dia seguinte as bombas já registram o novo preço, mais caro. A agilidade é como a de um clique no Google.
Recentemente membros do Procon-RO percorreram postos de combustíveis no interior e expedindo notificações, após constatarem irregularidades no preço. E ficou nisso. É constatado o ato ilegal, mas os proprietários são simplesmente notificados e não autuados.
Os deputados estaduais e os vereadores de cada município deveriam criar comissões permanentes para acompanhar a volatilidade nos preços do diesel e da gasolina e cobrar do Procon, ações efetivas contra os contraventores da sociedade, que cobram o preço que querem, quando querem e como querem. O Brasil é um país dependente do combustível, do diesel principalmente. Na greve dos caminhoneiros em 2018, 58% do transporte no país era feito via rodoviária e 75% da produção dependente do caminhoneiro.
Sem o transporte rodoviário o país para como ocorreu em maio do ano eleitoral de 2018, que elegeu Jair Bolsonaro presidente. Hoje os caminhoneiros podem deixar o país insustentável, porque sem o transporte da produção agrícola e comercial, sem combustível para aviões, navios, veículos não há alimentos. Sem alimentação não há como sobreviver e de nada valerá representatividade política, judiciária, policial.
A voracidade pela especulação comercial do combustível em Rondônia e na maior parte do país é um problema, que deve ser estudado com muito cuidado e determinação pelos políticos, principalmente, que deveriam ser a mola-mestra da Nação, mas que se preocupam muito mais com os problemas pessoais e de grupos. Esquecem que o país é movido pelo povo simples, que paga seus extorsivos impostos, taxas e tributos compulsoriamente, que está sendo ignorado e explorado, por quem tem a obrigação de organizar e favorecer os mais simples, os mais humildes.
A Argentina é um país onde mais de 70% da população adulta tem curso superior e novamente está em convulsão social. O povo não pode ser abandonado pelas autoridades, porque de nada adiantará clamar pela Constituição se ela não é cumprida nem por quem as elaborou.
Acorda Brasil, pois o povo tem no caminhoneiro o seu Exército, mesmo sem uma arma de fogo.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2020/03/opiniao-combustivel-caro-em-rondonia-mesmo-com-quedas-no-preco-do-barril,69671.shtml