Montezuma Cruz/Secom
Publicada em 26/03/2020 às 12h59
Hospitais e centros de saúde já podem contar com o apoio dos cientistas de Rondônia. Está funcionando o recém-criado Comitê Técnico-Científico para o Combate ao Covid-19 (novo coronavírus).
O comitê foi constituído no âmbito governamental, sexta-feira passada (20), em teleconferência da qual participaram o governador Marcos Rocha, o secretário de saúde Fernando Máximo, entre outras autoridades estaduais.
Médicos, acadêmicos de medicina e pesquisadores em geral disponibilizaram sua experiência e mão de obra ao Centro de Educação Técnico Profissional na Área de Saúde (Cetas)*, vinculado à Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), e onde mais forem necessários. São parceiros do comitê: Fundação Oswaldo Cruz de Rondônia (Fiocruz-RO), Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa), Instituto Federal de Rondônia (Ifro) e Universidade Federal de Rondônia (Unir).
“O governador está preocupado com o avanço do vírus e vê a necessidade de soluções, assim, colocou prontamente a Fapero para atuar na arregimentação de conhecimentos e disposição ao trabalho”, disse hoje (26) o presidente desse órgão, Leandro Moreira Dill.
Inicialmente, o comitê constatou o que ocorre também noutras regiões brasileiras: dificuldades hospitalares para a elaboração de diagnósticos e carência de leitos de UTI.
Mas irá trabalhar além disso, explicou Leandro Dill. Acionada, a Superintendência Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedi) identificará comerciantes que possam fornecer o polímero ABS** utilizado em impressores 3D.
“Da impressora sai o modelo para a produção de equipamentos de proteção individual (EPIs) que já estão em falta no mercado”, disse o presidente da Fapero.
O comitê incumbirá laboratórios institucionais de pesquisa para aumentar a produção de álcool em gel 70%. A Unir e o Ifro estão adaptando dois laboratórios para atender à demanda, e a Embrapa também colocou à disposição um dos seus, ele informou.
Entre outras ações previstas, o comitê conseguiu dessas instituições federais os serviços de programadores que irão auxiliar na busca de estratégias de comunicação, entre elas, a telemedicina.
“Tudo isso demonstra que a comunidade científica estadual tem condições e está empenhada para o enfrentamento da doença e demonstra a importância da ciência para a sociedade”, disse o presidente da Fapero.
* O Cetas faz parte da rede de escolas técnicas do Sistema Único de Saúde (ETSUS-SUS).
** O polímero ABS é na realidade um copolímero, ou seja, é obtido a partir de reações de adição de monômeros diferentes. Assim, ele é obtido em laboratório, sendo um tipo de borracha sintética. Ele é chamado por essa sigla ABS por ser formado pela união de três monômeros diferentes, que são: acrilonitrila (A), but-1,3-dieno (B), também chamado de eritreno, e estireno (S, do inglês styrene).
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