Toni Francis/Secom
Publicada em 27/04/2020 às 12h11
O avanço de Rondônia, no processo de reconhecimento nacional e internacional como área livre de Febre Aftosa sem vacinação, será acompanhado de mudanças e adequações importantes, uma delas é relacionada ao ingresso de animais vacinados no território rondoniense.
“A partir de maio, tão logo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publique a medida que regulamentará essa questão, o Estado de Rondônia não mais poderá receber animais vacinados contra a Aftosa”, explicou Fabiano Alexandre, gerente de defesa animal da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron). Essa medida atende o Plano Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA).
Aos produtores que pretendem adquirir animais de outras regiões, a Idaron faz um alerta: hoje, o comércio pode ser feito com todo o Brasil, tanto para comprar quanto para vender, mas, a partir de 1º de maio, o produtor só poderá comprar bovinos e bubalinos de regiões que não realizam a vacinação contra a febre aftosa (Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre e alguns municípios dos estados do Amazonas e do Mato Grosso).
TRÂNSITO DE ANIMAIS
As movimentações de animais oriundos de áreas livres de Febre Aftosa com vacinação, têm que ser feitas neste mês de abril. “De maio em diante, os estados que continuarão vacinando contra Febre Aftosa, quando emitir GTA (Guia de Trânsito Animal) para Rondônia, deverão orientar o produtor, avisando-o que só ingressará no Estado de Rondônia bovinos e bubalinos procedentes de regiões que não realizam a vacinação contra a Febre Aftosa”, salienta Fabiano Alexandre. A Idaron já instalou barreiras em todas as fronteiras de interesse para controlar o trânsito desses animais.
Além do documento que será publicado pelo Ministério da Agricultura, há uma legislação estadual sendo editada para regulamentar pontos oficiais de entrada e saída desses animais em Rondônia, como também estabelecer corredor sanitário para bovinos e bubalinos vindos de áreas que realizam a vacinação e que irão apenas transitar pelo Estado com destino a outra área que também faz a vacinação. Vale salientar que todas as regras de trânsito interestadual de animais são disciplinadas pelo Mapa e cabe à Idaron fazer todas as barreiras de proteção.
ABATE IMEDIATO
De acordo com o gerente de defesa animal da Idaron, em Rondônia será permitido o ingresso de bovinos e bubalinos de regiões que realizam a vacinação contra a Febre Aftosa para abate imediato em estabelecimento com inspeção oficial. Contudo, a carga será lacrada na origem, pelo órgão de defesa sanitária animal.
Quanto aos outros animais susceptíveis à febre aftosa, que não se aplica a vacinação (suínos, ovinos e caprinos de regiões livres de febre aftosa com vacinação), esses poderão ingressar normalmente no Estado, até determinações futuras pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
“As mudanças são positivas, coroam os esforços do produtor que, em parceria com o Estado, há 20 anos vem cumprindo importantes etapas que hoje resulta nesse avanço. Desde que se começou o programa da Febre Aftosa, o pensamento sempre foi um dia retirar a vacina e hoje chegou esse momento. É um selo de qualidade a mais, Rondônia atendeu a uma quantidade enorme de exigências e esse é o início de uma nova fase. Por isso temos que redobrar nossa responsabilidade, para garantir esse status tão almejado e alcançar o reconhecimento internacional”, avaliou Fabiano Alexandre.
RONDÔNIA LIVRE DE FEBRE AFTOSA
Com um serviço de vigilância e educação sanitária forte, a Idaron alcançou o status de excelência em 2019 e, com o anúncio da suspensão da vacina contra a Febre Aftosa, garantiu ao agronegócio rondoniense condições indispensáveis para que o produtor da região possa disputar grandes mercados internacionais. A medida foi anunciada ainda em dezembro, pelo governador Coronel Marcos Rocha, que, com chancela do Mapa, decidiu pela suspensão da vacina contra a Aftosa.
“O status de área livre de Aftosa sem vacinação representa um grande passo para o salto qualitativo da produção agropecuária do Estado, mas não encerra em si as medidas que devem ser adotadas para que a produção de Rondônia alcance mercados mais rentáveis. Uma das medidas é o controle do trânsito de animais. Sem a vacinação, passamos a contar ainda mais com o apoio do produtor”, acentua Fabiano Alexandre.
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