Rondoniadinamica
Publicada em 29/04/2020 às 16h03
Porto Velho, RO — De acordo com o deputado estadual Alex Redano, do Republicanos, presidente da CPI da Energisa na Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE/RO), relatou que o Governo do Estado, hoje comandado por Coronel Marcos Rocha, sem partido, pretende perdoar R$ 1,3 bilhão em dívidas da Energisa.
Redano informou na sessão desta quarta-feira (29) que a empresa privada deve cerca de R$ 2 bilhões ao Estado, mas deseja pagar apenas R$ 700 milhões.
O parlamentar relembrou o momento de crise econômica durante a pandemia do Coronavírus e dos pacientes com COVID-19/SARS-CoV-2, especialmete porquanto as atividades no comércio continuam sustadas a fim de respaldar as ações de isolamento social.
"Com muita gente passando fome na pandemia, dar um desconto para uma empresa que maltrata o nosso povo, de mais de R$ 1 bilhão, é escandaloso", asseverou.
Ele chegou a tecer comparações em montas mais modestas:
"Imagine você dever R$ 2 mil e chegar para o seu credor e dizer que vai pagar somente R$ 700. Com certeza, não vai gostar! É isso que a Energisa quer, desrespeitando Rondônia e a nossa população".
VEJA O DISCURSO:
O membro da Casa de Leis solicitou à audiência, entre pares e espectadores dos vídeos veiculados via YouTube, que promovesse exercício de reflexão:
"[...] agora, vamos imaginar esses R$ 2 bilhões investidos em nossa economia, seria importante, para gerar investimentos nas estradas, na saúde, na agricultura, na segurança pública, em todos os setores. O Governo não pode abrir mão desse recurso, de jeito nenhum".
Na visão do republicano, a Energisa não respeita a população de Rondônia, e, justamente por conta disso, não seria justo beneficiá-la com isensação fiscal e de tributos, especialmente em ordem bilionária.
"Nesse momento de pandemia, numa crise que estamos passando, dar um desconto desse tamanho. É muito revoltante até, dar desconto para uma empresa bilionária, enquanto gente em dificuldades é vítima da ganância da Energisa, que não respeita as leis e nem os consumidores", encerrou.
Procurado pelo Rondônia Dinâmica, o deputado confirmou a fala e reiterou: "É um deconto muito grande, na minha opinião. Impossível de conceder".
Ele disse ainda, exclusivamente, que R$ 1,3 bilhão em isenção é apenas o que está ajuizado, "mas tem mais, tá?".
"No último levantamento que a gente fez da CPI estava dando R$ 1,7 bilhão", declarou. Redano garantiu enviar ao jornal o projeto proposto pelo Governo Marcos Rocha na íntegra. Até o fechamento da matéria, o documento não havia sido encaminhado. O jornal tentou contato com o setor de Comunicação do Palácio Rio Madeira, porém não obteve êxito: as ligações chamam até cair. O Rondônia Dinâmica deixa o espaço aberto a eventuais manifestações.
A assessoria de Comunicação da Casa do Povo complementou as informações, anotando:
"[... ] Alex Redano pediu que essa matéria seja suspensa a sua tramitação, até o retorno da CPI da Energisa, que foi suspensa com a pandemia do coronavírus. "Deixo aqui o pedido para que possamos retomar os trabalhos da CPI, da qual sou presidente, para que possamos seguir atuando. Temos a tecnologia a nosso favor e podemos ter o retorno dos trabalhos, com os devidos cuidados".
Laerte Gomes disse que a matéria, de autoria do Governo, foi lida e encaminhada para a Comissão de Comissão, Justiça e Redação (CCJR), que está com as atividades suspensas, em razão da pandemia. "É na CCJR que pode ser arquivada, suspensa ou votada", pontuou.
O deputado Adelino Follador (DEM), que preside a CCJR disse que muitos prefeitos têm buscado ele para pedir informações. "Mas, ao meu ver, não podemos ser irresponsáveis para aprovar um projeto desses. A Energisa pagou R$ 50 mil na Ceron e não quer pagar suas dívidas, assumidas em contrato? E outra coisa, não tem nada amarrado no projeto de que, aprovando a matéria, a Energisa vai pagar o seu compromisso com o Estado e prefeituras".
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2020/04/em-meio-a-pandemia-de-coronavirus-deputado-denuncia-governo-de-rondonia-quer-perdoar-r-13-bilhao-em-dividas-da-energisa-com-o-estado,73407.shtml