France Presse
Publicada em 19/05/2020 às 15h21
As comunidades indígenas deslocadas da Venezuela estão "perigosamente expostas" à pandemia de Covid-19, alertou a ONU nesta terça-feira (19).
Os indígenas venezuelanos que cruzaram as fronteiras com o Brasil e a Colômbia estão "em risco", à medida que o novo coronavírus se espalha pela América do Sul, disse a agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
O Acnur informou que o número de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 aumentou, enquanto as primeiras mortes registradas entre comunidades indígenas também foram relatadas.
A agência afirmou que quase 5 mil indígenas venezuelanos estão deslocados no Brasil, principalmente da etnia warao, mas também das comunidades eñepá, kari'ña, pemón e ye'kwana.
"Com a Covid-19 atingindo fortemente a região amazônica e o Brasil se tornando um dos principais focos da pandemia, o Acnur está preocupado com o fato de muitos (indígenas) não conseguirem lidar (com a crise) em condições sanitárias adequadas", disse a porta-voz da agência, Shabia Mantoo.
Além disso, vários grupos indígenas venezuelanos vivem perto ou cruzaram a fronteira com a Colômbia. "Apesar de seus lares ancestrais se estenderem pelos dois países, muitos deles não foram capazes de regularizar sua situação na Colômbia e não estão documentados", afirmou Mantoo.
Atualmente, alguns também enfrentam a ameaça de grupos armados irregulares, que controlam as áreas onde vivem", acrescenta.
A porta-voz também observou que muitos vivem em regiões isoladas, sem acesso a saneamento mínimo ou água potável, enquanto geralmente vivem em casas muito precárias.
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