Agência Senado
Publicada em 27/05/2020 às 11h14
O senador Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou nesta terça-feira (26) que a investigação sobre uma possível interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal está recebendo tratamento desproporcional, referindo-se à divulgação do vídeo da reunião ministerial e à cogitação de se apreender o celular do presidente da República.
Marcos Rogério ressaltou que a autoridade que promove a investigação não pode ampliar o escopo de sua atuação colhendo provas alheias à motivação do procedimento, nem usá-las de forma desnecessária.
O senador disse estar assustado ao “ver altas instituições da República se prestando a papéis rasteiros criando uma agenda de instabilidade a cada dia por razões injustificáveis”.
— A sociedade brasileira precisa estar atenta a esse tipo de exagero que não interessa a ninguém. Não podemos alimentar a ideia de que somos um Estado policialesco onde os direitos individuais e institucionais são tão irrelevantes que se cogite apreender o celular do presidente da República para bisbilhotar suas mensagens quanto a um assunto de relevância diametralmente desproporcional.
Marcos Rogério questionou o interesse nacional em torno dessas ações. Ele disse que a divulgação do vídeo — autorizada pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) — seria justificada se o conteúdo realmente estivesse relacionado ao objeto do crime investigado. Do contrário, concluiu, “funciona como quizila institucional e instigação a intrigas”.
— As provas apresentadas são mais um traque do que uma bomba. Revelam mais um presidente irritado com as explorações em torno de sua família do que alguém interessado em interferir em investigações da polícia federal — disse.
O senador acrescentou que “de todos os ouvidos até aqui ninguém disse que o presidente tenha pedido informações privilegiadas sobre operações ou que tenha feito qualquer solicitação que possa significar interferência nas atividades da polícia”.
Fonte: Agência Senado
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