G1 RO
Publicada em 29/05/2020 às 13h50
A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) registrou um aumento de 30% nos casos de violência doméstica durante o período de confinamento para evitar a disseminação do novo coronavírus em Vilhena (RO), região do Cone Sul.
Segundo registros de ocorrências feitos nos meses de março e abril de 2020, a cidade teve 227 casos de violência doméstica. No mesmo período do ano passado foram 174.
Um levantamento feito pela Câmara de Vereadores de Vilhena também revela um aumento de 32% no número de pedidos para concessão da medida protetiva. Em março e abril deste ano foram 78 solicitações, ante 59 no mesmo período de 2019.
Para a Polícia Civil, o confinamento em casa foi responsável pelo crescimento das agressões contra mulheres e crianças na cidade. Prova disso está no número de prisões em flagrante por violência doméstica: foram 32 nos últimos dois meses (um aumento de 33% em relação a março e abril de 2019).
Outra grande barreira enfrentada pelas vítimas, durante a pandemia da Covid-19, foi a suspensão das visitas da Patrulha Maria da Penha. Por causa da interrupção dos serviços em Vilhena, não foi possível fiscalizar o cumprimento das medidas protetivas, de urgência ou risco iminente de morte de mulheres, por exemplo.
No início de maio, a Patrulha Maria da Penha anunciou a retomada gradativa das fiscalizações em 10 cidades, inclusive em Vilhena. Inicialmente os agentes estão priorizando medidas protetivas de maior urgência, segundo o governo do estado.
Onde pedir ajuda?
Enquanto a quarentena não termina e as fiscalizações da Patrulha da Penha estão sendo normalizadas, as mulheres de Vilhena podem denunciar agressões através do telefone 180, disque 100, telefone da Deam, (69) 3322-5851 ou pelo telefone da Polícia Militar (PM), 190.
A cidade tem ainda a Unidade Integrada de Segurança Pública (Unisp), com atendimento 24 horas por dia. A Unisp fica na Avenida Luís Maziero, na lateral da Avenida Jô Sato (BR-174), Bairro Jardim América
Violência doméstica no mundo
No mês passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um relatório intitulado: "A sombra da pandemia: violência contra mulheres e meninas e Covid-19". O documento mostra um crescimento de casos de violência doméstica no mundo.
O Brasil é um dos países que registrou crescimento nos casos de violência familiar durante a pandemia. Em abril, segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, houve um aumento de quase 9% no número de ligações para o canal Ligue 180, que recebe denúncias de violência contra a mulher.
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