G1
Publicada em 01/06/2020 às 15h10
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (1º) que se governadores não prendessem manifestantes que participam de protestos antirracistas no país, passariam por "idiotas".
A informação é do jornal "New York Times", que teve acesso às gravações de uma reunião entre Washington e os governos regionais.
"Vocês têm que dominar", disse o presidente durante a conferência. "Se vocês não dominarem, estarão perdendo tempo. Eles vão atropelar vocês, vocês parecerão um bando de idiotas."
Ainda de acordo com a publicação, Trump teria dito que os governadores deveriam prender os manifestantes e processá-los para que eles ficassem presos "por longos períodos de tempo".
Os protestos começaram como resposta à morte de um homem negro, George Floyd, no dia 25 de maio, que estava sob custódia da polícia em Minneapolis.
6ª noite de protestos
A noite de domingo (31) e a madrugada desta segunda-feira tiveram mais manifestações contra o racismo nos EUA, desta vez marcados pela proximidade dos protestos com o centro do poder no país –houve um incêndio perto da Casa Branca, a sede do governo, que apagou as luzes, e uma alta adesão em Nova York.
Ao menos 4,4 mil pessoas foram presas por furto, roubo, bloqueio de vias ou por quebrar o toque de recolher, de acordo com a agência Associated Press.
Perto da Casa Branca, a polícia jogou bombas de gás em manifestantes para dispersar algumas pessoas que haviam quebrado janelas de edifícios importantes da capital dos EUA, Washington DC. Carros foram virados e incendiados nos protestos.
Trump culpa antifascistas
O presidente Donald Trump e o procurador-geral William Barr disseram que o movimento de extrema esquerda Antifa é o culpado pelas manifestações que terminaram com agressões.
Abreviação de antifascistas, antifa é um termo genérico para grupos militantes de extrema esquerda que resistem a neonazistas e supremacistas brancos em manifestações.
Entenda quem são os antifas, que Trump acusa de orquestrar os protestos nos EUA
Barr disse no domingo que o FBI usaria suas forças-tarefa regionais conjuntas de terrorismo para "identificar organizadores criminais", e Trump ameaçou novamente nomear o antifa como um grupo terrorista.
O Departamento de Justiça também está destacando membros do Serviço de Marechais dos EUA e agentes da Administração de Repressão às Drogas para complementar as tropas da Guarda Nacional do lado de fora da Casa Branca, disse uma autoridade do departamento.
Barr alertou que os promotores podem tentar usar os estatutos do terrorismo contra "agitadores radicais violentos" que tentam seqüestrar protestos para causar destruição.
Morto sob custódia da polícia
Imagens de vídeo do dia 25 de maio mostraram um policial branco de Minneapolis ajoelhando no pescoço de Floyd, de 46 anos, durante quase nove minutos. Ele morreu depois, a caminho do hospital.
Sua morte causou revolta em uma nação que está política e racialmente dividida durante uma campanha presidencial polarizada, ressuscitando protestos que aconteceram diversas vezes nos últimos anos em reação ao assassinato de negros norte-americanos nas mãos da polícia.
Autoridades impuseram toques de recolher em dezenas de cidades dos EUA, o maior número desde o assassinato de Martin Luther King Jr. em 1968 --também ocorrido durante uma campanha eleitoral e em meio aos tumultos de manifestações contra a guerra.
O presidente Donald Trump repudiou o assassinato de Floyd e prometeu justiça, mas também descreveu os manifestantes atuais como "bandidos".
"Endureçam, prefeitos e governadores democratas", escreveu em uma rede social Trump, na tarde de domingo. "Estas pessoas são ANARQUISTAS. Chamem nossa Guarda Nacional JÁ."
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