RFI
Publicada em 09/06/2020 às 15h44
A polícia da Nova Zelândia abandonou nesta terça-feira (9) seu projeto de patrulhas com agentes armados, lançado após o atentado de Christchurch, em 2019. A decisão foi tomada para evitar um possível aumento da violência policial no país, depois da morte de George Floyd, nos Estados Unidos.
Na Nova Zelândia, a polícia patrulha as ruas sem armas de fogo. No entanto, depois dos atentados de 15 de março de 2019, quando um supremacista branco matou 51 féis de duas mesquitas da cidade de Christchurch, uma reforma foi lançada para permitir que os policiais pudessem realizar intervenções rápidas.
A ideia de patrulhas armadas não despertou entusiasmo geral e causou receios nas comunidades maori e do Pacífico. Ambas são frequentemente alvos da polícia.
"Você só precisa olhar para os Estados Unidos para perceber que as coisas podem acabar mal com uma polícia militarizada", afirmou o líder do Partido Verde da Nova Zelâdia, Marama Davidson.
A primeira-ministra Jacinda Ardern também se declarou "totalmente contra dar armas de forma sistemática à polícia".
Na terça-feira, o responsável pela força policial local, Andrew Coster, anunciou que os testes que estavam sendo feitos foram suspensos, depois que os receios e questionamentos da população, especialmente das minorias, foram ouvidos.
“Ficou evidente, ao logo de todo o experimento, que a existência de equipes armadas não corresponde ao estilo de polícia que querem os neo-zelandeses”, afirmou.
Morte de Floyd inspirou mudanças na polícia
Os métodos usados pela polícia estão sendo reavaliados em vários países desde a morte, em 25 de maio, em Minneapolis, do americano negro George Floyd. Ele foi morto asfixiado por um policial branco, enquanto era imobilizado no chão, com um joelho em seu pescoço por quase nove minutos.
Sua morte resultou em uma onda de protestos nos Estados Unidos e que se espalharam pelo mundo. Multidões foram às ruas contra o racismo e a brutalidade policial.
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