France Presse
Publicada em 24/06/2020 às 10h45
Após vários dias de tensão na península, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, suspendeu os planos de ação militar contra a Coreia do Sul, anunciou a imprensa estatal norte-coreana nesta quarta-feira (24).
Pyongyang havia intensificado recentemente os ataques verbais contra Seul, criticando especialmente os dissidentes norte-coreanos presentes no Sul que enviam panfletos de propaganda em direção ao Norte com o uso de balões.
Depois de romper os canais de comunicação oficiais, a Coreia do Norte destruiu na semana passada o escritório de relações entre os países que havia sido inaugurado em setembro de 2018, ao norte da Zona Desmilitarizada (DMZ).
Nesta quarta, a agência oficial de notícias da Coreia do Norte, KCNA, informou que Kim presidiu uma reunião da Comissão Militar Central que "suspendeu os planos de ação militar contra o Sul". A agência não divulgou explicações sobre a aparente mudança de estratégia.
A Coreia do Sul reagiu de maneira enérgica após a demolição do escritório de relações, assim como em relação às declarações da irmã e conselheira de Kim Jong-un, Kim Yo Jong, que recentemente se tornou a face visível do governo.
"Advertimos que não vamos mais tolerar ações e palavras irracionais do Norte", afirmou um porta-voz da presidência sul-coreana.
As relações intercoreanas estão paralisadas desde o fracasso de uma reunião em Hanói entre Kim e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de 2019.
O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, inicialmente negociou um diálogo entre Pyongyang e Washington, mas o Norte agora o culpa por não persuadir o governo dos Estados Unidos a flexibilizar as sanções econômicas.
A reunião pretendia discutir as concessões que a Coreia do Norte estava disposta a aceitar para que os países ocidentais reduzissem as sanções econômicas implementadas contra o regime.
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