RFI
Publicada em 26/06/2020 às 15h32
A empresa Pakistan International Airlines (PIA) anunciou na quinta-feira (25) a proibição de voo para 150 de seus pilotos, suspeitos de deter licenças falsas, um mês depois do acidente envolvendo uma aeronave A320 da companhia, em Karachi.
Um relatório preliminar, publicado na quarta-feira (24), aponta que a falta de concentração dos pilotos e a ausência de reatividade dos controladores aéreos teriam contribuído para o acidente.
O ministro da aviação do Paquistão, Ghulam Sarwar Khan, criticou a falta de qualificação dos pilotos paquistaneses. Segundo ele, 262 dos 862 pilotos na ativa "não participaram dos exames de qualificação." Entre eles, 150 tinham licenças falsas, segundo o porta-voz da PIA, Abdullah Hafeez Khan.
Na quarta-feira, o ministro Ghulam Sarwar Khan qualificou de "negligente" o comportamento dos pilotos e dos controladores aéreos. Durante a aterrissagem o piloto e o co-piloto estavam desatentos e teriam conversado sobre o coronavírus, contou o ministro durante uma audiência no Parlamento.
"Vários alertas relativos ao excesso de velocidade, à aterrissagem e à proximidade do solo não foram levados em conta", detalha o relatório, o que resultou em uma primeira tentativa de descida do avião. Os controladores aéreos observaram o contato das turbinas com a pista mas não avisaram os pilotos.
O voo 8303 acabou caindo em uma área residencial, a 1,3 quilômetro da pista, matando 97 das 99 pessoas a bordo, entre eles oito membros da tripulação. Mais de 98 pessoas morreram no acidente, segundo as autoridades do país, entre elas uma criança.
PIA foi uma das mairoes companhias aéreas do mundo até os anos 70, mas as perdas financeiras, a má-gestão e os atrasos afetaram sua reputação. Entre março e novembro de 2007, praticamente toda sua frota foi colocada na lista negra da União Europeia.
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