Vanessa Moura/Assessoria
Publicada em 27/06/2020 às 09h36
Na luta para salvar vidas durante a pandemia, o governo do Estado uniu esforços para reorganizar a assistência hospitalar, sendo que o Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) e Unidade de Assistência Médica Intensiva 24 horas (AMI 24h) ficaram disponíveis exclusivamente para internações hospitalares da Covid-19. Outras unidades organizaram alas específicas para esses atendimentos. Além da contratualização de leitos clínicos na rede particular, comprou um hospital de campanha permanente e, em parceria com empresários, está transformando o prédio do Centro de Reabilitação de Rondônia (Cero) para receber pacientes que necessitem de leitos de UTI.
Mas apesar do trabalho para ampliação da rede estadual de atendimento a pacientes de Covid-19 acontecer intensamente, poucos profissionais têm atendido o chamamento para compor a linha de frente do enfrentamento à pandemia no Estado.
”Mesmo que o estado de Rondônia tenha mais hospitais novos para atender a população, não temos médicos e, por lei, não tem como funcionar um hospital sem ter médicos para atender. Infelizmente essa é uma realidade que estamos vivendo e não é culpa dos gestores a falta destes profissionais. O governo do Estado, através do secretário Fernando Máximo, busca em todos os locais médicos para atender nessa pandemia”, explica o assessor técnico da Governadoria, Lauro Fernandes.
O secretário de Estado da Saúde (Sesau), Fernando Máximo, fez um apelo: ‘‘Venham salvar vidas com a gente. Estamos com dificuldade de contratar médicos’’, pontua.
CERO
Rondônia tem Hospital de Campanha de Rondônia com estrutura permanente, usina de oxigênio e equipamentos completos
No Cero, 26 leitos estão ficando prontos para funcionar como UTI, a obra estrutural foi concluída na noite de quinta-feira (25), prosseguindo apenas os pequenos ajustes. Mas para começar a funcionar , segundo o diretor Richael Menezes, a unidade precisa de grupo gerador, usina de oxigênio, bombas de infusão, respirador, ambulância, e, o principal, médicos, que está com chamamento aberto para contratação de profissionais. As bombas de infusão já foram adquiridas em março, 200 no total, 100 já estão no Estado. Quanto aos respiradores, 15 foram doados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e outros dez devem ser entregues nos próximos dias. A contratação em forma de comodato dos demais equipamentos já está com processo aberto.
Ainda segundo o diretor, a princípio projetava-se 33 leitos clínicos no Cero, com os trabalhos em ritmo acelerado, 26 ficaram prontos em 13 dias, mas conforme avaliação feita pelo Sistema de Comando de Incidentes – Sala de Situação Integrada (SCI), a demanda do Estado com agravamento dos casos da doença deixou de ser por leitos clínicos e se intensificou para UTI. A partir daí teve início a missão de readequar o Cero para leitos de UTI. Há 53 pontos de ar medicinal canalizados, sendo que 26 estão com leitos. A Sesau está com processo aberto para adquirir 190 camas.
De acordo o diretor da unidade, a obra de reforma com custeio de empresários envolveu pintura, revisão elétrica, revisão e expansão da rede de gases, substituição de três chuveiros elétricos, troca de torneiras, substituição de lâmpadas, instalação de três centrais de ar de 36 mil btus, uma impressora de bobina térmica para o laboratório, 35 metros de fio elétrico para instalar tomadas, um vaso sanitário e dois balcões de mdf para o posto de enfermagem.
‘‘No Cero, que era um Centro de Reabilitação, não um hospital, conseguimos fazer adequações com a ajuda de empresários que fizeram as reformas e o Estado entrou com o espaço físico e colocou os leitos, ainda falta alguns equipamentos e profissionais médicos”, explica o secretário.
”É bom destacar que é uma estrutura permanente, que vai compor 53 leitos de UTI para o Estado. Além disso, terá hemodiálise, pois será aberto processo para quatro pontos. O que não é simples, tem que instalar usina de decantação da água na área externa e canalizar a água para dentro da unidade para conectar ao aparelho”, afirma o diretor.
Richael Menezes explica ainda que os leitos de UTI começaram a funcionar primeiro no Hospital de Campanha porque a unidade já foi adquirida com todas as condições para o funcionamento dos mesmos em equipamentos e a rede de gases, enquanto que o Cero precisa da equipe médica especializada para atendimento de pacientes graves, e dos equipamentos pertinentes para a assistência de tratamento intensivo.
COMPLEXIDADE DA ABERTURA DE LEITOS DE UTI
O secretário da Sesau, Fernando Máximo, explicou que a abertura de um leito de UTI não é um processo simples. Além disso, o que está sendo feito em Rondônia é um diferencial em relação a outros estados, e que não trata-se de estruturas de lonas, provisórias, mas de permanentes que maximizam a rede estadual de saúde, o que demonstra responsabilidade com a aplicação do recurso público.
Richael esclarece que um leito de UTI precisa para ser habilitado, conforme o que preconiza o Ministério da Saúde, de ”duas bombas de infusão, um respirador, um monitor multiparâmetro, no mínimo, o que equivale a quase R$ 100 mil”, sem somar a cama e o enxoval. Além disso, é preciso técnico de enfermagem, enfermeiro, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, nutricionista, técnico de nutrição dietética, laboratório, raio-x, tomografia, grupo gerador,serviço de limpeza, coleta de lixo normal e biológica.
O governo de Rondônia tem feito tudo o que é necessário para honrar o compromisso com a população, inclusive com a escolha de estruturas amplas e adequadas, bem localizadas, sendo reestruturadas seguindo todas as normas de biossegurança, abastecidas com material hospitalar e medicamentos.
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