Rondoniadinamica
Publicada em 29/06/2020 às 11h31
Porto Velho, RO – Os criminosos de facções como Comando Vermelho (PV) e o Primeiro Comando do Panda (PCP) tomaram conta de habitações populares como, por exemplo, o Orgulho do Madeira e o Morar Melhor, ambas situadas em Porto Velho.
Com isso, é possível dizer, sim, e sem sombra de dúvidas, que a Capital está parcialmente sitiada.
Não importa a sua predileção política, porém temos um diagnóstico convergente sacramentado no cotidiano da população mais pobre: na luta por moradia, filas, espera incessante, burocracia infernal, angústia, sol na cabeça.
Tudo superado por um pequeno fio de esperança conservado por quem pouco ou quase nada teve em vida. A casa própria, afinal, tornou-se sonho realizado, uma minúscula partícula de sucesso insculpida à realidade pelo poder público.
Deu certo...
...mas deu errado!
Em 2020, com os avanços inescrupulosos do novo Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2), ainda há a questão sensível da Segurança Pública, de responsabilidade exclusiva do Governo do Estado, hoje sob as diretrizes de homens como José Hélio Cysneiros Pachá, titular da Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec/RO).
A despeito de a gestão Marcos Rocha, sem partido, ser tocada por um policial militar reformado, algumas fontes inconfessas alegam, por exemplo, que promessas realizadas à corporação não foram cumpridas.
Essas promessas, diga-se de passagem, teriam sido fato primordial à saída do competente coronel Mauro Ronaldo Flores Correa do Comando-Geral da Polícia Militar (PM/RO). Em seu lugar, assumiu a missão outro coronel, o policial Alexandre Luís de Freitas Almeida, também muito bem referendado e qualificado.
Apesar de ter reforçado a logística, com novas viaturas, por exemplo, e câmeras externas e internas nos automóveis, enfim, falta ao trio Rocha, Pachá e Almeida ações que tenham o condão de cortar de vez o mal pela raiz, impedindo o ciclo de reestabelecimento da bandidagem nos locais onde ora eclodem guerras entre facções.
Os policiais militares, mesmo com salário defasado e apesar das promessas não cumpridas, fazem um excelente trabalho nessas regiões, especialmente num momento em que tipos subumanos passam a cortar cabeças e amolar facões a fim de dilacerar mais pessoas por aí, a esmo.
Faltam políticas públicas no combate ao crime organizado: os membros dessas organizações prometem matança desenfreada e impedem a vida digna de cidadãos honestos que demoraram às vezes mais de décadas para ter um canto e chamar de lar.
A questão é mais profunda do que prender arquétipos tanto do CV quanto do PCP; é necessário, na verdade, a reunião de todos os membros dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, além dos órgãos de fiscalização e controle, com a intenção objetiva de frear de vez a matança e a extorsão diuturna praticada contra moradores desses condomínios.
Porto Velho não é feudo de cangaceiro.
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