AFP
Publicada em 07/07/2020 às 15h28
Ministros das Relações Exteriores de França, Alemanha, Egito e Jordânia pediram a Israel nesta terça-feira que abandone seus planos de anexar partes da Cisjordânia ocupada.
"Concordamos que qualquer anexação dos territórios palestinos ocupados em 1967 seria uma violação do direito internacional e comprometeria os fundamentos do processo de paz", declararam os ministros após uma videoconferência conjunta.
O governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu havia estabelecido o dia 1º de julho como a data em que poderia começar a anexar as colônias judaicas na Cisjordânia e o estratégico Vale do Jordão.
Esta anexação está prevista no plano dos EUA para o Oriente Médio apresentado em janeiro pelo presidente Donald Trump e rejeitado pelos palestinos.
Até agora, Israel não fez nenhum anúncio oficial, o que indicaria apenas que as negociações continuam entre autoridades dos EUA e chefes de segurança israelenses.
"Não reconheceremos nenhuma modificação das fronteiras de 1967 que não tenha sido aceita pelas duas partes no conflito", disseram os ministros nesta declaração conjunta.
A eventual anexação teria "consequências nas relações com Israel", alertaram, lembrando o compromisso com uma solução de "dois Estados" baseada no direito internacional.
Nas últimas semanas, a União Europeia (UE) lançou uma campanha diplomática contra este projeto de anexação.
Heiko Maas, chefe da diplomacia alemã, cujo país acaba de assumir a presidência pro tempore (6 meses) do Conselho da UE, viajou a Jerusalém no mês passado, onde expressou "sérias preocupações".
No entanto, sem o apoio unânime de seus membros, a UE não pode ameaçar Israel impondo sanções econômicas oficiais.
Depois de ocupar a Cisjordânia durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel começou a estabelecer uma rede de colônias ali, cuja construção continua até hoje, embora tenha sido declarada ilegal sob a lei internacional.
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