As propostas dos representantes dos bancos, até o momento, continuam bem distantes das reivindicações da categoria. A negociação continuará na próxima terça-feira, 25.
Para a semana que vem, a categoria prepara assembleias organizativas, plenárias, agito nas redes sociais e novas manifestações.
Um dos pontos centrais da negociação, o reajuste salarial, não foi apresentado pela Fenaban. Os bancos disseram que ainda estão construindo uma nova proposta salarial para apresentar na semana que vem. Na sexta-feira (21), apresentaram a proposta de reajuste ZERO, rejeitada pelo Comando Nacional na mesma hora. Antes, já tinham defendido a redução da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e o fim da 13ª cesta de alimentação.
Na reunião deste sábado, após muita pressão, retornaram com a 13ª cesta e apresentaram uma nova proposta de PLR, mas que ainda representa uma perda já que reduz a parcela adicional e os tetos.
A Fenaban acenou ainda com a possibilidade de se chegar a um acordo sobre a regulamentação do teletrabalho. A proposta será analisada pelo Comando Nacional. Os bancos, anteriormente, disseram que não tinham autorização para clausular o teletrabalho. Portanto, essa sinalização de hoje é considerada importante.
PROPOSTA DE PLR CONTINUA RUIM
Os bancos continuam querendo reduzir o valor da PLR. Pela proposta apresentada neste sábado, o percentual do salário retornaria ao patamar que vigorou entre 1997 e 2007, e o da parcela adicional retornaria ao patamar de 2012. Além disso, os valores fixos teriam redução de 10%, retornando ao patamar entre 2016 e 2017, e o fator acelerador da regra básica retornaria ao patamar de 2007.
Com todas as alterações de rebaixamento propostas pela Fenaban, somadas ao menor patamar de lucro dos bancos em 2020 – em função do aumento das provisões para devedores duvidosos -, a redução na PLR recebida pelos bancários pode chegar até a 48%.
Na nova proposta, também rejeitada pelo Comando, a Fenaban manteve o rebaixamento do percentual da parcela adicional de 2,2% para 2% do lucro líquido. Também manteve a redução no acelerador da regra básica de 2,2 salários para 2 salários. São justamente esses fatores que têm maior impacto na PLR dos três maiores bancos privados: Itaú, Bradesco e Santander.
Regra Básica – Hoje a CCT determina que a regra básica da PLR corresponde a 90% do salário + Fixo de R$ 2.457,29, com limite individual de R$ 13.182,18, e desde que não ultrapasse 12,8% do lucro líquido do exercício. Nesta segunda proposta apresentada pela Fenaban, seria 81% do salário + Fixo de R$ 2.211,56, com limite individual de R$ 11.863,96, e desde que não ultrapasse 12,8% do LL do exercício.
Parcela Adicional – A CCT determina que a parcela adicional da PLR corresponde a 2,2% do lucro líquido do exercício dividido pelo número de empregados elegíveis, com limite individual de R$ 4.914,59. A segunda proposta da Fenaban prevê: 2,0% do LL do exercício dividido pelo número de empregados elegíveis, com limite individual de R$ 4.423,13.
MOBILIZAÇÃO
Para o Comando Nacional dos Bancários, a Fenaban precisa melhorar suas propostas para que a negociação termine na semana que vem com um acordo. Enquanto a negociação acontecia por videoconferência, em várias cidades do país bancários realizaram manifestações e carreatas para cobrar propostas que garantam salários dignos e os direitos conquistados.
O Comando Nacional, reunido após a reunião com a Fenaban neste sábado, decidiu orientar os sindicatos de todo ao país a realizarem assembleias e plenárias organizativas para preparar a categoria para a semana decisiva da Campanha Nacional.
“Com retirada de direitos não tem acordo. Não vamos aceitar retrocessos. O que queremos é avanço, pois mesmo com a crise econômica agravada pela pandemia do novo coronavírus, os bancos continuam lucrando, e é justo que eles compartilhem esses lucros com os trabalhadores, os verdadeiros responsáveis por estes lucros. Na próxima rodada de negociação esperamos que os bancos tragam uma proposta decente e justa, que venha a contemplar os anseios da categoria que, muitas vezes, está na linha de frente, no atendimento ao público, colocando em risco, diariamente, a própria saúde. Portanto, nada mais justo que este sacrifício dos trabalhadores seja reconhecido e valorizado pelos seus empregadores, que representam o setor mais lucrativo da economia”, destacou José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).
O Sindicato fará, na terça-feira (25), a partir das 8 horas, uma plenária informativa virtual (via aplicativo Zoom) com esclarecimentos sobre o andamento das negociações até o momento. O link será enviado por e-mail para os bancários, minutos antes da plenária.
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