Waldir Costa
Publicada em 29/08/2020 às 10h55
Rondônia é um Estado, ainda, muito jovem com menos de 40 anos de criação (1981), mas seguramente é uma das poucas fronteiras econômicas do país. A capital, Porto Velho é bem mais “idosa” e este ano completará 106 anos em outubro próximo. Desde janeiro de 2017, passa por um processo administrativo diferenciado.
Porto Velho padece pela falta de infraestrutura, de mobilidade. Mais no saneamento básico. A rede de esgoto (sic) na área central foi implantada de forma rudimentar, pelos ingleses, que ajudaram a fundar a cidade. A estação de tratamento é o rio Madeira e a rede de galeria pluvial serve como esgoto. A cidade clama por investimentos elevados na área, mas em passado recente, cerca de R$ 700 milhões foram devolvidos ao governo federal, porque não apresentaram um projeto.
Em janeiro de 2017, eleito em segundo turno, assumiu o prefeito Hildon Chaves (PSDB), que disputou um cargo público pela primeira vez e obteve sucesso. O povo já estava farto de políticos mais experientes e resolveu investir no novo.
No primeiro ano foi difícil. Nem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) trocou tantos ministros como Hildon de secretários. Era difícil passar um mês sem que um secretário não fosse substituído. Mas com o passar do tempo foi ajustando a máquina administrativa e hoje, pode se dizer, sem o temor de falar bobagem, que fez muito mais do que o prometido em campanha.
Hoje boa parte da área central da cidade está com as vias (ruas e avenidas) recapeadas, com asfalto de qualidade, à quente e não uma camada de “lama” asfáltica de durabilidade e eficiência duvidosas.
O Trevo do Roque, na ligação da Avenida Jorge Teixeira com a BR 364 foi uma “novela” iniciada na administração do ex-prefeito Roberto Sobrinho (PT), que teve dois mandatos seguidos. A obra era federal em parceria com a prefeitura, mas Sobrinho assumiu a responsabilidade e não deu conta do recado.
O prefeito Mauro Nazif (PSB), que assumiu no lugar de Sobrinho, tendo entre as propostas principais de campanha a conclusão do Trevo do Roque, também não deu conta do recado. Não se reelegeu e a obra, inacabada ficou para Hildon, que a concluiu. Hoje o trevo resolveu o problema de tráfego e, ainda, embelezou o local.
O transporte escolar na área rural era um problema crônico das administrações anteriores a Hildon. Somente no final de 2019, que o prefeito e sua equipe conseguiram adquirir 146 ônibus, já entregues, para resolver o problema. O município deixou de licitar o transporte escolar rural, adquiriu ônibus e preparou a abriu vagas para motoristas. O serviço está paralisado, porque o coronavírus impediu a abertura das escolas. Mas o município não mais, depende de terceiros para garantir o transporte escolar na área rural.
Outro problema grave da capital é o transporte coletivo urbano. Desde a administração de Nazif que o serviço não funciona prejudicando diretamente os trabalhadores, que são os principais usuários do setor. Hoje o serviço precário é feito pelo Consórcio SIM. Após inúmeras tentativas o município conseguiu abrir licitação no final de 2019 e a empresa JTP Transpores, foi a vencedora e deveria iniciar os trabalhos no primeiro trimestre deste ano. A pandemia também impediu que o prazo fosse cumprido. Após enfrentar problemas judiciais, o mais recente uma ação do Ministério Público (MP) estadual contestando o processo licitatório, rejeitada pela Justiça, os novos ônibus deverão circular a partir do dia 17 de outubro próximo.
A iluminação da ponte sobre o rio Madeira, na BR 319, do Trevo do Roque, de parte da avenida Jorge Teixeira também estão na cota positiva da administração de Hildon, que não deverá concorrer à reeleição. Em fase de conclusão o Beira Rio Cultural, na área da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, às margens do rio Madeira, centro da capital é destaque no segmento, pela sua importância histórica, não apenas a Porto Velho, mas para o País, pois faz parte da História do Brasil.
O prefeito e sua equipe, ainda, estão devendo a sinalização horizontal, vertical e aérea das ruas e avenidas da cidade, onde ocorreram o recape e nova pavimentação, seja no centro ou nos principais bairros, para que Porto Velho tenha um aspecto de grande capital, que ela é.
Na saúde pública Porto Velho continua devendo à população um Pronto Socorro (PS) Municipal, pois é a única capital do país que não tem o serviço; no saneamento básico, ainda, provinciano, pavimentação das principais estradas vicinais, pois Porto Velho em breve será o Polo Graneleiro do Estado e a safra de grãos (soja e milho) carece de transporte na época da colheita.
Mas o grande legado, que Hildon Chaves está deixando na capital, que merece destaque, não porque está fazendo algo de excepcional, mas a obrigação, é de fechar o mandato sem denúncias de corrupção, se mácula, uma prática nociva, mas presente em praticamente toda a administração pública. O que deveria ser normal passa a ser excepcional
O próximo prefeito de Porto Velho não deverá ter muitas dificuldades para levar avante o bom trabalho de Hildon, que nem salário recebe, desde o início do mandato. Ele é distribuído pela primeira dama, Ieda, mensalmente a entidades assistenciais do município. As finanças estão em ordem e saúde, educação, cultura, esporte, setor rodoviário estão bem.
O desafio do próximo prefeito continua sendo o saneamento básico, bem distante do mínimo necessário que a população precisa.
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