Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 03/09/2020 às 15h18
"Quando os combatentes de Boko Haram atacaram a aldeia, as pessoas fugiram, mas foram seguidas por um jovem rapaz que transportava explosivos, que os acionou na multidão", disse o oficial à agência France-Presse.
Numa declaração, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) "condenou veementemente o ataque, que matou sete civis e feriu 14 outros na aldeia de Kouyapé".
Boko Haram e o autoproclamado Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês) têm vindo a intensificar nos últimos meses os ataques mortais contra militares e civis no extremo norte dos Camarões e em regiões limítrofes da Nigéria, Chade e Níger, nas margens do Lago Chade.
O "ataque suicida" ocorreu na terça-feira, "perto da fronteira com a Nigéria, onde ao longo dos últimos sete anos chegaram quase 18.000 pessoas deslocadas internamente e em busca de segurança", segundo o ACNUR.
Este ataque ocorreu um mês após 18 civis terem sido mortos e outros 15 feridos por 'jihadistas' num ataque a um local de deslocados internos em Nguétchéwé, também no extremo norte dos Camarões, em 02 de agosto.
"Estamos horrorizados com estes ataques sem sentido contra pessoas que foram desenraizadas das suas aldeias, fugindo da violência de bandos armados na região, e estão a ser novamente atingidos no coração de onde pensavam ter encontrado refúgio", disse Olivier Guillaume Beer, representante do ACNUR nos Camarões.
Estes recentes ataques ilustram "um aumento significativo do número de incidentes violentos no extremo norte dos Camarões, tais como saques e raptos por Boko Haram e outros grupos armados que operam na região", acrescentou a agência das Nações Unidas.
Desde janeiro, foram registados 87 ataques 'jihadistas' nesta região.
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