Agência Brasil
Publicada em 08/09/2020 às 10h55
A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu à Rússia nesta terça-feira (9) que conduza, ou coopere com, uma investigação independente e completa sobre as descobertas da Alemanha de que o líder de oposição Alexei Navalny foi envenenado.
Navalny foi retirado do coma induzido e está respondendo a falas, informou o hospital Charite, em Berlim, na segunda-feira (7). O hospital tem tratado Navalny desde que ele foi transportado de avião para a Alemanha, depois de adoecer em um voo doméstico russo no mês passado.
A Rússia afirma não ter visto nenhuma evidência de que ele foi envenenado.
"Não é bom o suficiente simplesmente negar que ele foi envenenado e negar a necessidade de uma investigação completa, independente, imparcial e transparente sobre esta tentativa de assassinato", disse Bachelet em comunicado.
"É responsabilidade das autoridades russas investigar completamente quem foi o responsável por este crime - um crime muito grave cometido em solo russo."
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que seu governo concluiu que Navalny, de 44 anos, foi envenenado com Novichok, a mesma substância que o Reino Unido alega ter sido usada contra o agente duplo russo Sergei Skripal e sua filha, que sobreviveram a um ataque na Inglaterra em 2018.
O número de casos de envenenamento, ou outras formas de assassinato seletivo, de atuais ou ex-cidadãos russos, seja dentro da própria Rússia seja em solo estrangeiro, nas últimas duas décadas é profundamente perturbador, afirmou Bachelet.
Os processos legais adequados não foram realizados em incidentes anteriores, resultando em "quase impunidade total" na Rússia, disse o porta-voz de Bachelet, Rupert Colville.
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