Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 10/09/2020 às 15h47
Os fogos estendem-se desde o Estado de Washington, fronteiriço com o Canadá, até San Diego, no sul da Califórnia, alimentados pela seca e por ventos violentos.
Além dos sete mortos já confirmados, as autoridades receiam um balanço mais negativo. Três pessoas morreram no condado californiano de Butte, outras três no Estado do Oregon e um bebé de um ano foi encontrado pelas equipas de socorro, junto dos pais, que estavam gravemente queimados, no Estado de Washington.
Os habitantes de Estacada, uma pequena cidade rural do Oregon, 50 quilómetros a sudeste de Portland, receberam ordem de sair da localidade na quarta-feira, ao meio-dia.
O Oregon está a enfrentar incêndios "sem precedente na história" do Estado, segundo a governadora, Kate Brown, que já previa, na quarta-feira, "numerosas perdas, em termos de edifícios e vidas humanas".
Mais ao sul, perto de Fresno, na Califórnia, outros habitantes também tiveram de fugir em poucos minutos.
O fogo queimou 67.500 hectares, semeando a desolação à sua passagem: viaturas reduzidas a metal queimado e retorcido, casas de que só restou a chaminé de tijolo.
Cerca de 360 edifícios foram destruídos, segundo os bombeiros, que mobilizaram mais de mil homens para combater as chamas na floresta nacional de Sierra, com recurso a água e a terra.
As operações de retirada de milhares de pessoas foram dificultadas pela pandemia do novo coronavirus.
Em Fresno, a Cruz Vermelha requisitou centenas de quartos de hotel para isolar os desalojados e impedir a propagação do coronavirus.
"Colocámos (em segurança) mais de 600 pessoas na terça à noite e no dia anterior", disse uma porta-voz da organização, Cindy Huge, à AFP.
As pessoas retiradas de casa recebem três refeições por dia e água, acrescentou. Conservar o distanciamento físico é um desafio permanente.
No Estado de Washington, mais de 200 mil hectares foram queimados, segundo o governador, Jay Inslee, que denunciou hoje as consequências catastróficas das alterações climáticas.
"Nós não vamos abandonar o futuro deste Estado às alterações climáticas", escreveu na rede social Twitter. "Vou pensar nestes incêndios e no seu impacto nas nossas populações, quando tomarmos as próximas decisões para combater as alterações climáticas", acrescentou.
Na Califórnia, mais de uma vintena de incêndios grassam com intensidade e o fogo já consumiu este ano mais de 10 mil quilómetros quadrados no Estado, um recorde desde que estas estatísticas começaram, em 1887.
Perto de Los Angeles, um incêndio que continua descontrolado já consumiu mais de oito mil hectares, segundo os bombeiros.
Foram também emitidas ordens de retirada para populações nas proximidades de San Diego, onde mais de sete mil hectares arderam em quatro dias, no chamado Valley Fire, segundo as autoridades locais.
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