Agência Brasil
Publicada em 21/09/2020 às 08h50
Desafiando a monarquia do rei tailandês Maha Vajiralongkorn, milhares de manifestantes marcharam em Bangkok neste domingo (20) para apresentar demandas que incluem um pedido de reformas para restringir poderes do governo.
Os manifestantes ficaram cada vez mais ousados durante os dois meses de manifestações contra o palácio da Tailândia e o sistema dominado pelos militares, quebrando um antigo tabu de criticar a monarquia, o que é ilegal, segundo as leis locais.
O Palácio Real não estava imediatamente disponível para comentar. O rei, que passa grande parte do tempo na Europa, não está na Tailândia.
Os manifestantes foram bloqueados por centenas de policiais desarmados trabalhando em barreiras de controle da multidão.
Os líderes do protesto declararam vitória depois de entregar à polícia uma carta detalhando suas demandas. Phakphong Phongphetra, chefe do Departamento de Polícia Metropolitana, disse que a carta será entregue à delegacia.
Na maior manifestação em anos, dezenas de milhares de manifestantes no sábado apelaram pela reforma da monarquia, bem como pela remoção do primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha, um ex-líder da junta, e uma nova Constituição e eleições.
Pouco depois do nascer do sol deste domingo, os manifestantes colocaram uma placa perto do Grande Palácio de Bangkok, na área conhecida como Sanam Luang, ou Royal Field.
Na placa, está escrito: "Neste lugar o povo expressou sua vontade: que este país pertença ao povo e não seja propriedade do monarca, pois ele nos enganou".
Monarquia é criticada
O porta-voz do governo, Anucha Burapachaisri, disse que a polícia não usaria violência contra os manifestantes e que cabia à polícia determinar e processar qualquer discurso ilegal.
Autoridades tailandesas disseram que criticar a monarquia é inaceitável em um país onde o rei está constitucionalmente "entronizado em uma posição de adoração reverenciada".
Os protestos, que começaram nos campi universitários, atraíram um número cada vez maior de pessoas mais velhas. Isso inclui os seguidores de camisas vermelhas do populista deposto primeiro-ministro Thaksin Shinawatra.
Os manifestantes dizem que a Constituição dá ao rei muito poder e que foi projetada para permitir que Prayuth mantivesse o poder após as eleições do ano passado. O próximo protesto está marcado para quinta-feira (24).
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