Rondoniadinamica
Publicada em 03/10/2020 às 09h44
Porto Velho, RO – Com a desistência do deputado Léo Moraes (Podemos) em disputar as eleições 2020, o caminho à Prefeitura de Porto Velho abriu-se especialmente para os seis nomes considerados mais fortes entre a quantidade imensa de postulantes.
Ao todo, são 14 pessoas tentando puxar o tapete do atual chefe do Executivo municipal, Hildon Chaves, do PSDB, além dele próprio buscando a reeleição.
A quem reclamava da ausência de pluralidade nos pleitos majoritários, bem..., ao menos na Capital rondoniense o problema foi resolvido: todos os espectros políticos estão representados, da esquerda – passando pelo centro – à direita.
Entretanto, por mais otimista que se possa ser em relação às novidades, o retrospecto histórico em âmbito eleitoral na cidade das Três Caixas d’Água impõe atenção a eventuais vantagens.
Em 2016, o próprio Chaves, considerado “zebra”, quebrou as projeções destronando os “preferidos”, fazendo com que exceção se encartasse à realidade.
À época, o mandatário da vez no Palácio Tancredo Neves era Mauro Nazif, do PSB, hoje membro da Câmara Federal.
Nazif ficou pelo caminho logo no primeiro turno, isto há quatro anos.
Porém, em qualquer disputa que seja, o representante da “máquina” é tratado quase sempre como franco favorito justamente por ostentar a condição específica.
Atrás dele vem Vinícius Miguel, do Cidadania, que nas eleições passadas sagrou-se como campeão de votos disputando o Governo de Rondônia.
Dos 110,5 mil votos no total, quase 70 mil foram confirmados por cidadãos de Porto Velho.
Agora, com PDT e REDE compondo suas principais alianças, Miguel ressurge com mais fôlego, estrutura e logística para enfrentar esta nova etapa de disputa eletiva.
Breno Mendes, do Avante, já foi membro da gestão Chaves. Após sair, passou a se autodenominar como “Fiscal do Povo”, travando, na condição de advogado, algumas contendas contra funcionários da Energisa SA.
A princípio, isso não diz nada. Ocorre que Mendes é o candidato do Palácio Rio Madeira, decisão declarada oficialmente pelo governador Marcos Rocha, sem partido, durante a convenção do Patriota, legenda presidida regionalmente pelo deputado Marcelo Cruz. Aliás, a sigla tem como vice-presidente a esposa de Rocha, Luana Nunes de Oliveira Santos, titular da Secretaria de Estado da Assistência e do Desenvolvimento Social (Seas/RO).
Em suma, o nome do Avante é o candidato do Governo do Estado à Prefeitura de Porto Velho, apoio considerado faca de dois gumes; se Rocha conseguir convencer Bolsonaro a participar do estratagema, lembrando que o presidente já declarou que não apoiará quem quer que seja no primeiro turno, Breno pode usufruir, sim, da popularidade presidencial – ainda em alta em Rondônia.
Lado outro, se Bolsonaro abandonar o barco e deixar Rocha a ver navios, a aliança pode ser considerada um tiro no pé, já que o atual chefe do Executivo estadual faz com que boa parte da população torça o nariz.
Eyder Brasil, do PSL, o “traído”, ou seja, o nome rechaçado por Marcos Rocha em detrimento à candidatura de Breno Mendes, está no partido cuja representatividade no Congresso Nacional consagra-se como a segunda maior bancada. Sua sigla só perde para o PT, ironicamente a antítese ideológica.
Isso significa uma boa fatia do fundo eleitoral para trabalhar da maneira que achar melhor: pode não ser tudo, mas o fator dinheiro é bastante significativo. Deputado estadual eleito pela onda Bolsonaro, Brasil já demonstrou que não aceita dividir essa “chancela”, sendo o primeiro a perpetrar ataques públicos em redes sociais.
RELEMBRE
‘‘Guerra é comigo mesmo’’, diz Eyder Brasil ao lançar série de acusações contra Breno Mendes em grupo de WhatsApp
Cristiane Lopes (Progressistas) fez 20.350 votos quando concorreu à Câmara Federal em 2018, passando, inclusive, nomes carimbados na política regional como Marinha Raupp (MDB).
À ocasião, fez uma campanha franciscana, especialmente na Capital, parando em sinais e participando ativamente dos atos publicitários.
Agora, vem com auxílio da família Cassol (Jaqueline, deputada federal; e Ivo, ex-governador), clã que, certamente, ainda traz ressonância no campo eleitoral.
Lindomar Garçon (Republicanos) é uma “figuraça”, indiscutivelmente: bem-humorado, tornou-se o papagaio de pirata oficial das aparições públicas quando ocupou o cargo de deputado federal pela última vez.
Entrou no personagem, tirou sarro com quem ria dele, e passou a conservar a imagem de “azarão”. Em suma, pelas relações institucionais costuradas em Brasília, Garçon fez e ainda faz propagandas intermináveis sobre os recursos que ele conseguiu trazer a Rondônia via emenda parlamentar.
O populismo pulsa em suas veias, inclusive na condição de apresentador de televisão, e essa carisma pululante retratado por um sorriso indissolvível faz com que seu nome seja apreciado em zonas carentes.
Esse apoio “silencioso”, que não se vê nas redes sociais nem nas rodas de conversa da classe média alta, torna o ex-prefeito de Candeias do Jamari um adversário incógnito, porém perigoso, aos demais nomes listados na corrida.
Essas projeções não são exercícios fúteis de esoterismo, pois a escalação dos “cabeças” entre os 15 nomes carrega a marca de cada um deles nos últimos anos.
E conforme citado acima, como o próprio Chaves fora tratado como “zebra”, e de “zebra” sagrou-se campeão, o impossível em termos de política deve ser levado em conta também.
As cartas estão na mesa, e lembre-se: a escolha é sua.
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