Rondoniadinamica
Publicada em 12/10/2020 às 10h10
Porto Velho, RO – Com quinze candidatos rumando ao assento principal do Palácio Tancredo Neves, Porto Velho possui atualmente número histórico e inédito de postulantes brigando pelo posto de chefe do Executivo municipal.
Além do atual prefeito Hildon Chaves, do PSDB, a sucessão é visada por quase uma dezena e meia de gente: boa parte desconhecida do grande público.
Há debaixo dos holofotes nomes como o do próprio tucano; Vinícius Miguel, do Cidadania, campeão de votos na Capital em 2018; a apresentadora Cristiane Lopes, do Progressistas; o folclórico Pimenta de Rondônia, do PSOL; o “homem da saúde” Williames Pimentel, do MDB; e o papagaio de pirata Lindomar Garçon (Republicanos).
Eyder Brasil, do PSL, espera manter – e aumentar – a simbiose com a popularidade do atual presidente Jair Bolsonaro, sem partido, fama à qual será dividida com o concorrente do Palácio Rio Madeira, Breno Mendes, do Avante, apoiado pelo governador Coronel Marcos Rocha (fora de legenda).
Mendes ainda contará com a chancela de “Fiscal do Povo”, título autoconcedido após a saída conturbada da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano (EMDUR) durante a gestão Chaves.
A titulação o alçou a esse status de pseudocelebridade urbana onde o colete chamativo de gosto duvidoso visa interligar seu nome como espécie de super-herói contra a vilã Energisa.
O personagem, a despeito da breguice, tem recebido feedback significativo por parte do seio social. Com 23 segundos na televisão e rádio, a criação proporcionou plataforma publicitária importantíssima (bem antes do período eleitoral) no sentido de suprimir o vácuo deixado pela fraca coligação com o Patriota, partido dirigido pelo deputado estadual Marcelo Cruz cuja Vice-Presidência pertence à esposa do governador, Luana Rocha.
Logo, Mendes é um caso à parte.
Entretanto, embora Ronaldo Flores (Solidariedade), Leonel Bertolin (PTB), Samuel Costa (PCdoB) e Edivaldo Soares (PSC) e Ramon Cujuí (PT) tenham candidaturas segmentadas, de nicho, com eleitorado “de bolha”, a princípio, todos eles poderiam se beneficiar com os embates tradicionais promovidos pelas televisões de maior audiência.
Foi assim com Vinícius Miguel em 2018 quando ele, ainda pela Rede, elegeu o ex-presidente da Assembleia Legislativa (ALE/RO) Maurão de Carvalho, do MDB, como adversário a ser “desconstruído”.
Ao se concentrar nisso, pensando ou não nas críticas como modelo de estratégia, as performances lhe conferiram muito mais votos do que receberia disputando o pleito todo no “quase” anonimato.
A partir dos debates Miguel, que era um concorrente como qualquer outro, criou uma personalidade política diante dos telespectadores.
Já em 2020, indiscutivelmente o novo Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2) engessou a possibilidade de encontros massivos entre candidatos, plateias e torcidas como foi no passado recente. Isto traduz vantagem exponencial aos atuais regentes da Administração Públicas, pois, sem a possibilidade de serem devidamente questionados pelos demais partícipes, oras, exsurge uma “blindagem” natural, indiscutível e jamais presenciada no campo democrático.
Debates fracionados, em blocos, e as sabatinas previstas de acordo com o cronograma eleitoral não têm o mesmo efeito ante o público.
Serão, para todos os efeitos, vãos escrutínios insossos para apresentação de credenciais e cartões de visita.
A lei, que já é injusta o suficiente tirando a pouca vitrine da dupla Geneci Gonçalves, do PSTU, e Ted Wilson, do PRTB, por conta de representatividade de partido no Congresso Nacional hoje alia-se, consequentemente, à enfermidade que assola o mundo propiciando ligeira vantagem aos popstars do campo eletivo.
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